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Quinta-feira, 22 de Abril de 2010
  
Sustentável

Nesta lógica tão contraditória, que impulsiona o crescimento econômico como um fim em si mesmo, é difícil discutir e buscar soluções verdadeiras.

  
Por Hernán Sorhuet Gelós
  

A importância internacional da América do Sul vem numa crescente, devido ao fato de que talvez seja a região mais privilegiada do planeta em matéria de patrimônio natural. Neste contexto, não estranha que o Brasil se transforme em uma das três mega potências no médio prazo.

O paradoxo de tanta lisonja é que as nossas maiores riquezas são muito vulneráveis ao modelo de desenvolvimento atual, que muito pouco tem de sustentável. Em outras palavras, responde à ultrapassada visão de que a humanidade dispõe de uma natureza infinita e inesgotável, própria do princípio da industrialização.

O uso inapropriado dos grandes avanços tecnológicos, o crescimento da população mundial e a falta de consciência acerca da realidade socioambiental são responsáveis pela atual crise planetária, cujo estandarte mais midiático é o câmbio climático.

Necessitamos canalizar corretamente o desenvolvimento dos povos até a sustentabilidade, algo fácil de dizer, mas muito difícil de concretizar. É que ninguém sabe como fazê-lo. Nesta lógica tão contraditória, que impulsiona o crescimento econômico como um fim em si mesmo, é difícil discutir e buscar soluções verdadeiras.

Desde 2000 a região está envolvida em um mega projeto denominado Integração da Infraestrutura Regional na América do Sul (IIRAS). Propõe melhorar a competitividade mediante a modernização da infraestrutura regional em matéria de transporte, energia e telecomunicações.

Sob esse guarda-chuva se apresentam e implementam um número considerável de projetos com efeitos tradicionais, como por exemplo o Eixo Rodoviário Mercosul-Chile, que uniria portos entre os oceanos Atlântico e Pacífico e cidades como São Paulo e Santiago do Chile, passando por território uruguaio.

Em matéria de conservação das florestas tropicais sul-americanas, o IIRAS inclui projetos muito ambiciosos de construção de estradas e hidrelétricas em várias regiões da bacia dos rios Amazônas e Orinoco. 

Isto ocorre ao mesmo tempo em que as negociações para aprovar um novo acordo mundial de luta contra a mudança climática estão concentradas a lograr a conservação das selvas que ainda sobrevivem, como estratégia chave para a mitigação do aquecimento global.

O estranho da situação é que os governos dos 12 países que participam do IIRAS mantêm silêncio em relação aos projetos, informam mal a sociedade, tanto acerca das propostas como dos avanços realizados. Dito isto, resulta óbvio que não existem instâncias de diálogo e participação das comunidades locais na discussão dos projetos desde a implantação. O estranho é que o IIRAS se define como um foro de diálogo. Por que existe tanta desinformação sobre projetos, investimentos e construções que afetarão consideravelmente a vida de tanta gente?

  
             
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