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Cidadania Ambiental

Segunda-feira, 23 de Janeiro de 2012

 
     

Zorávia Bettiol alerta descaracterização ambiental com performance na Orla do Guaíba

  

Praia de Ipanema, em frente à obra de sua autoria “Liberdade”, foi palco de “Filomena e a Ecologia”.

  

Adriane Bertoglio Rodrigues    
Zorávia Bettiol (à frente) apresentou "Filomena e a Ecologia"


Por Adriane Bertoglio Rodrigues, especial para EcoAgência

A ironia antiecológica do progresso a qualquer custo é a tônica da performance de Zorávia Bettiol interpretando Filomena, ao lado da arara ecologista Tremelinda. Filomena é uma progressista que veio da Amazônia, e para lá oferece um safári. Em Porto Alegre, ela defende um museu com animais empalhados, espigões para os índios morarem, do desmatamento da floresta para a construção de um estádio de futebol, não poupar papel porque muitas lavouras de eucalipto foram plantadas no Estado, e placas nos rios alertando os peixes para não comerem plásticos, como se eles soubessem ler. A cada projeto, Tremelinda treme.

“Com todas essas ameaças, a realidade ainda e mais grave e absurda”, critica Zorávia, que é artista plástica conceituada, com muitas participações e prêmios. “Barragens , como Belo Monte, plantações de eucaliptos, tudo acontece por ganância. É mais ganância do que ignorância. É preciso que a sociedade se reúna para defender o Planeta”, diz.

A personagem Filomena nasceu em 1989 em São Paulo, durante curso sobre fibras naturais, que Zorávia fez com a artista canadense Inese Birstin, no Museu de Arte Contemporânea. Foi então que ela criou uma peruca com lã natural e esculturas em feltro. Com a peruca, a primeira atuação foi interpretar “As realizações de Filomena”, uma crítica de cinco minutos sobre a situação da mulher. Zorávia lembra alertas antigos, vivos por nossas avós, como “Mulher tem que saber cozinhar”, “Homem se agarra pelo estômago”.

“Filomena na escalada de sucesso” veio logo depois, e é uma crítica à vida de artista, seus dramas e desafios. Já “Buffet da Filomena” é de ironias ao político corrupto. No cardápio de Filomena, Feijoada a Jader Barbalho, Pirulitos Clodovil, Bem-Casados Calheiros, e assim por diante. Ao final da apresentação e se houver algum mal-estar, Filomena aconselha um banho de descarrego. Zorávia interpretou ainda “Filomena organiza votação”, quando a Anta, esperta e inteligente, recolhe os votos para o prêmio Anta, e consegue mais de 800 votos. O primeiro lugar do Anta ficou para o povo brasileiro, que se sente enganado. “E assim por diante”, diz Zorávia, ao analisar que “apesar de ser possível abordar o mesmo tema de diferentes maneiras, fazer humor, graça, é mais difícil do que o drama”.

Em todas as perfomances, a artista interage com as pessoas. Nesta, do último domingo (22/01), realizada na Orla de Ipanema, Filomena diz ser ligada a grileiros, madeireiros e alguns deputados corruptos, defende o progresso a qualquer custo. “A ideia é potencializar o absurdo e a pseudo justiça social. No contra-senso está o humor”, observa. Para Zorávia, a realidade das críticas que apresenta é mais forte do que a ficção.

 

Projetos para 2012

Organizada e precavida, procurando manter com qualidade de vida seus projetos e afazeres, Zorávia enumera 14 eventos e atividades já programados, entre eles a assinatura do Protocolo de Colaboração entre as entidades apoiadoras do Museu das Águas de Porto Alegre, no dia 22 de março, Dia Mundial da Água. O Museu das Águas é mais constante de suas realizações, ao lado, claro, das artes. Zorávia mantém as aulas de artes plásticas em seu atelier em Porto Alegre. “Há quatro anos reduzi as idas ao cinema e ao teatro em prol dessa causa comum, que é o Museu das Águas, e que vai beneficiar a cidade, o Estado”, diz, empolgada, ao anunciar a realização de um concurso arquitetônico internacional para a definição do prédio que vai abrigar o Museu.

Para 2012, Zorávia enumera concluir o filme de Henrique Freitas Lima; participar da exposição Aos Grandes Mestres, que circulará por São Paulo e Rio de Janeiro; organizar o álbum intitulado As 12 Musas, com imagens de Zorávia e textos de Carlos Urbom, sobre os quatro elementos (fogo, ar, água, terra), e a exposição dos originais do livro 14 Contos e uma Lenda, de Simões Lopes Neto. Em abril, em SP, participa da 3ª Tenet.

A performance Filomena e a Ecologia foi apresentada duas vezes no final da tarde de domingo (22/1), em frente à estátua Liberdade,de autoria de Zorávia e que integra a mostra Artemosfera, que acontece em Porto Alegre. Instalada na praia de Ipanema no dia 17 de dezembro do ano passado, contém a frase de Carlos Urbim: “Água, terra e ar: todos precisam amar, para o futuro nos garantir vida melhor”.

 

EcoAgência/Sintonia da Terra

  
  
  
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