O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, UN-Habitat, em conjunto com o Conselho Palestino de Habitação, está apoiando famílias palestinas para criar espaços públicos verdes em meio à reconstrução da Faixa de Gaza, que teve partes destruídas pela ofensiva israelense, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009. O bloqueio econômico israelense e egípcio, que já dura quatro anos, o clima desértico e a falta de espaço têm feito com que os moradores de Gaza procurem soluções criativas para realizar uma urbanização sustentável do território, onde moram 1,5 milhão de palestinos.
A ideia é mudar o desenho de bairros inteiros, incluindo neles praças e atalhos para escolas, entre outras soluções, tendo em vista o uso eficiente de materiais de construção e da energia. O envolvimento do UN-Habitat está sendo financiado por uma agência de caridade da Arábia Saudita chamada “Campanha da guarda das duas mesquitas para assistência ao povo palestino em Gaza”. A instituição foi criada em 2009 para apoiar os moradores do território a superar as consequências do conflito.
O projeto de melhoria do espaço público começou a sair do papel numa oficina interativa realizada em setembro de 2009 juntamente com a Universidade de Westminster, em Londres, um parceiro do UN-Habitat. O workshop focou no tema da reconstrução voltada para o meio-ambiente e para o bem-estar da população nos espaços públicos. Um dos primeiros locais a ganhar vida foi o Parque da Paz Barcelona-Gaza, construído inicialmente em 2005, que voltou a ser aberto para o público depois de anos fechado, após ser danificado durante a guerra.
O parque se tornou inspiração para outros projetos no mesmo sentido. Zeyad El Shakra, diretor do programa Habitat em Gaza, disse que a reconstrução da região não se trata “apenas de casas, mas de fazer com que os bairros sejam mais verdes e seguros para que as crianças possam andar para a escolha e para os espaços públicos”.