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Sábado, 23 de Janeiro de 2016

 
     

Greenpeace ignora os direitos animais e apoia a indústria de peles de foca, diz ANDA

  

Em carta enviada à ANDA, o Greenpeace tenta desmentir a notícia de que teria defendido a indústria de pele de focas. A ANDA, no entanto, considera a posição contraditória e que apenas reforça a posição de que defendem a caça de focas.

  


Por Redação ANDA

Em uma matéria para o canal MSNBC, Jon Burgwald, representante do Greenpeace no Ártico, falou que a organização apoia roupas feitas com pele de foca “eco-friendly”, supostamente “sustentáveis”.

O capitão Paul Watson, fundador do Sea Shepherd, se posicionou esta semana contra a declaração. “O Greenpeace passou dos limites ao endossar a indústria de peles de foca”, disse ele nas redes sociais.

Para os ativistas de direitos animais, uma suposta indústria de pele de foca “sustentável” é inconcebível, cruel e enganadora. “As focas estão ameaçadas pela rápida diminuição das populações de peixes e pela poluição. Nosso oceano está morrendo e o Greenpeace parece neģar esta realidade”, disse Watson.

“Como co-fundador do Greenpeace, sinto-me enojado e traído por esta nova política do Greenpeace”, ressaltou o capitão.

O ativista falou ainda da época em que fazia parte do Greenpeace e lutava contra a indústria de peles na década de 1970. “Nós arriscamos nossas vidas para salvar as focas dos caçadores.”

O Greenpeace afirmou que é contra a matança de focas por grandes empresas de caça para o lucro, mas a favor da matança por povos indígenas, que dependem da caça para o seu sustento. Na matéria da MSNBC, no entanto, é evidenciada a venda de casacos de pele de foca como um artigo de luxo, não de subsistência.

No vídeo, a representante do Conselho de Ministérios Nórdicos, Nauja Bianco descreve o seu colete de pele de foca com um produto “sustentável” da Groelândia. Ela afirma que a compaixão por focas é “antiquado”, coisa dos anos setenta, e que focas bebês não são mais mortas. Entretanto, como lembra o capitão Paul Watson, 90% das focas mortas tem menos de três meses de idade.

Na entrevista, Nauja chega a afirmar que é “ok” usar peles e é um produto sustentável “legítimo” e até mesmo sugere (com uma risada) que as focas se voluntariam para serem mortas. Em seguida, o repórter entrevista o representante do Greenpeace que afirma que a organização pretende promover produtos “sustentáveis” derivados de foca.

Não é a primeira vez que o Greenpeace se omite ou vai na contramão dos direitos animais. A organização não se opõe à caça de animais, além de já ter justificado a matança de golfinhos no Japão. O Greenpeace também chegou a apoiar a caça de ursos polares no Alasca. Como lembra o diretor Kip Andersen no documentário Cowspiracy, o Greenpeace também não foca nos impactos ambientais do consumo de carne. De forma geral, a organização mantém uma postura omissa ou exploratória em relação aos direitos animais.

*É permitida a reprodução total ou parcial desta matéria desde que citada a fonte ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais com o link. Assim você valoriza o trabalho da equipe ANDA formada por jornalistas e profissionais de diversas áreas engajados na causa animal e contribui para um mundo melhor e mais justo.

Veja a posição do Greenpeace

Em matéria publicada na ANDA nesta sexta-feira (22) “Greenpeace ignora os direitos animais e apoia a indústria de peles de foca”, mostramos que Jon Burgwald, representante do Greenpeace no Ártico, diz claramente numa entrevista concedida ao MSNBC que a organização apoia roupas feitas com pele de foca “eco-friendly”, supostamente “sustentáveis”.

Apesar de afirmar que é contra a matança de focas por grandes empresas de caça para o lucro, o Greenpeace é a favor da matança de focas por povos indígenas, que supostamente dependeriam da caça para o sustento. Na matéria da MSNBC, no entanto, é evidenciada a venda de casacos de pele de foca como um artigo de luxo, não de subsistência.

Na entrevista, a representante do Conselho de Ministérios Nórdicos, Nauja Bianco descreve o seu colete de pele de foca com um produto “sustentável” da Groelândia. Ela afirma que a compaixão por focas é “antiquado”, coisa dos anos setenta, e que focas bebês não são mais mortas. Entretanto, como lembra o capitão Paul Watson, 90% das focas mortas tem menos de três meses de idade. Nauja chega a afirmar que é “ok” usar peles e é um produto sustentável “legítimo” e até mesmo sugere (com uma risada) que as focas se voluntariam para serem mortas.

Nota oficial

Em resposta à matéria, O Greenpeace enviou uma nota oficial à redação da ANDA que é contraditória e apenas reforça a posição de que defendem a caça de focas. A velha desculpa de manutençao de tradições para justificar crueldades, exploraçao, violência é absolutamente inaceitável. O texto diz que os povos indígenas não usam paus para assassinar as focas como se isso fosse uma grande diferença para as inocentes vítimas mortas pela inconsciência humana.

O Greenpeace nos pede para notarmos a diferença entre o “direito à caça” dos indígenas e a promoção de produtos derivados desses animais. O que fica nítido mais uma vez é a contradição da organização, pois afirma que irá promover produtos derivados das focas e, em nota, diz que esse não é o caso, pois não estão engajados em promover comercialmente.

Quanto às questões ambientais e animais o posicionamento da ANDA é claro: a defesa ética abolicionista do fim de qualquer tipo de uso dos animais não humanos, assim como a defesa ética dos ecossistemas naturais, ambos em constante estado de vulnerabilidade.

Leia abaixo a íntegra da nota enviada à ANDA:

“O Greenpeace é completamente contra a matança de focas por meio da caça industrial predatória em busca de lucro. Nós lutamos há anos contra a indústria de caça às focas no Canadá e nós continuamos nos opondo a esse comércio. Mas essa chacina industrial é totalmente distinta das práticas tradicionais dos Povos Indígenas da região, que seguem costumes de milhares de anos atrás. Muitas comunidades indígenas que vivem distantes no Norte dependem das focas para obtenção de comida, calor e para a própria subsistência. Nós acreditamos que essas tradições e os direitos destes povos devem permanecer protegidos.

Os Povos Indígenas não caçam utilizando pedaços de pau e não atacam os filhotes. prática só é observada na caça industrial canadense, a qual nós somos completamente contra.

Por favor, notem a importante diferença entre defender o direito à caça tradicional dos Povos Indígenas e promover os produtos derivados desses animais. O programa de TV compartilhado por Paul Watson – o mesmo usado pela reportagem do ANDA – pode dar a alguns espectadores a impressão de que estamos engajados a tais promoções comerciais, o que NÃO é o caso.

Peço, portanto, que considerem nosso posicionamento e se possível modifiquem algumas linhas do texto, principalmente a que nos acusa de omissão e de apoiar a indústria de peles de focas.

O Greenpeace admira muito o trabalho da ANDA, assim como os questionamentos por ela feitos sobre grandes organizações que fazem vista grossa aos maus tratos animais. Esperamos que, aberto esse canal de comunicação, possamos trocar mais informações e posicionamentos sobre as questões ambiental e animal.”

*É permitida a reprodução total ou parcial desta matéria desde que citada a fonte ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais com o link. Assim você valoriza o trabalho da equipe ANDA formada por jornalistas e profissionais de diversas áreas engajados na causa animal e contribui para um mundo melhor e mais justo.
ANDA - EcoAgência

  
  
  
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Autorizada a reprodução, citando-se a fonte.
 
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