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Observatório de Jornalismo Ambiental

Terça-feira, 22 de Agosto de 2023

 
     

Novo PAC, Plano de Transformação Ecológica e a cobertura da mídia

  

Os textos, em geral, não discutem de forma aprofundada o projeto, apenas reproduzem o discurso governamental, sem a escuta de outras vozes que pudessem ampliar o debate em torno de pautas tão relevantes para a sociedade

  


Por Janaína C. Capeletti*

O governo federal lançou na última semana um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com a promessa de investir R$ 1,7 trilhão em todos os Estados do país. O novo PAC possui nove eixos prioritários, sendo que a área batizada como Transição e Segurança Energética receberá o segundo maior volume de recursos, com projeção de receber R$ 449,6 bilhões até 2026 e R$ 91,1 bilhões pós-2026. O valor fica atrás apenas dos projetos para Cidades Sustentáveis e Resilientes.

Além do PAC, o ministro da Economia, Fernando Haddad, apresentou o Plano de Transformação Ecológica. Entre as ações previstas estão: nova infraestrutura verde, finanças sustentáveis, economia circular, adensamento tecnológico, bioeconomia, transição energética e adaptação à mudança do clima.

Como esperado, houve ampla cobertura dos veículos de comunicação nacionais e regionais, alguns dando destaque ao Plano de Transformação Ecológica especificamente, como o Correio Brazilense e o G1, que apresentaram falas do ministro e pontos básicos do projeto. O portal o Eco também noticiou e questiona, no texto, como o governo irá equilibrar o retorno de grandes obras de infraestrutura e a preservação ambiental. O Globo Rural abordou a previsão de investimentos em biocombustíveis e energia limpa, já o R7 enfatizou os investimentos que a Petrobras planeja, que inclui um fundo de descarbonização.

Os textos, em geral, não discutem de forma aprofundada o projeto, apenas reproduzem o discurso governamental, sem a escuta de outras vozes que pudessem ampliar o debate em torno de pautas tão relevantes para a sociedade. Não há crítica sobre os reais impactos do PAC na questão ambiental, se o que está sendo posto realmente é positivo e viável. Pode ser que repercussões mais específicas sobre as propostas do governo ocorram nos próximos dias.

O site Capital Reset foi, dos veículos analisados, o que mais aprofundou o tema com a matéria “Em novo PAC, 62% dos recursos para energia ficam com fósseis”. O texto apresenta informações claras que permitem perceber as incongruências de discurso e ação do governo com relação à pauta ambiental.

O site Um só planeta, com a matéria “Novo PAC prevê transição ecológica, mas também investimento bilionário em petróleo e gás e projetos ambientalmente polêmicos”, também apresentou uma visão mais analítica com relação ao PAC, destacando os projetos  já em andamento e que são duvidosos com relação ao impacto ambiental positivo.

Vivemos uma emergência climática, não há mais espaço para que compromissos assumidos em termos governamentais sejam ambíguos, reforçando uma condição que já se mostra inviável em termos planetários. Os veículos de comunicação têm o compromisso de informar, e como vimos nos textos citados, eles fizeram bem o seu papel, mas é preciso ir além. É também compromisso do jornalismo ouvir diferentes vozes e questionar. Espera-se que esta pauta seja ampliada.

 

* Texto produzido no âmbito do projeto de extensão "Observatório de Jornalismo Ambiental" por integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental (CNPq/UFRGS). A republicação é uma parceria com o Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ-RS). Janaína C. Capeletti é jornalista, mestranda em Comunicação na UFRGS, integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental (CNPq/UFRGS).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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