O Dia do Bioma Pampa, 17 de dezembro, vai ser comemorado em Porto Alegre com uma mesa redonda intitulada "Um olhar sobre o horizonte". O biólogo Eduardo Vélez, pesquisador da Rede Campos Sulinos, vai apresentar a biodiversidade do Bioma através de uma mostra das paisagens, da flora e da fauna. Ele abordará também aspectos da nova Lei 12.651, de Proteção de Vegetação Nativa, o antigo Código Florestal, e a conversão dos campos que vem ocorrendo em função da expansão da agricultura.
O professor do Departamento de Plantas forrageiras e Agrometeorologia da UFRGS, Carlos Nabinger, representante da Fundação Gaia, vai tratar das formas de manejo sustentável da pecuária que proporcionam maior produtividade nos campos, melhoram os serviços ecossistêmicos e promovem a qualidade diferenciada do produto, uma carne mais saudável.
O Coletivo Catarse será representado por Tiago Rodrigues, que vai abordar a realização do documentário Carijo. O trabalho busca valorizar uma cultura ancestral, de raiz indígena e em fase de extinção, mas que é base histórica da produção da bebida símbolo do Rio Grande do Sul: o chimarrão.
A engenheira florestal Sílvia Pagel, representante do Mogdema, fará a moderação.
O evento acontecerá no Auditório 2 da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) da UFRGS, na rua Ramiro Barcelos, 2705, às 19h.
O bioma Pampa foi reconhecido oficialmente só 2004 pelo IBGE com o Mapa de Biomas do Brasil. E, o Dia do Bioma Pampa foi instituído em 2007. A data é uma homenagem ao ambientalista José Antônio Lutzenberger.
A promoção deste evento é do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente (Mogdema), da Agapan, do Ingá e do NEJ-RS.
O bioma Pampa conforme o Ministério do Meio Ambiente:
O Pampa ocorre no Rio Grande do Sul, onde ocupa uma área de 176.496 km² (IBGE, 2004), o que corresponde a 63% do território estadual e a 2,07% do território brasileiro. As paisagens naturais variam de serras a planícies, de morros rupestres a coxilhas. São caracterizadas pelo predomínio dos campos nativos, mas há também a presença de matas ciliares, matas de encosta, matas de pau-ferro, formações arbustivas, butiazais, banhados, afloramentos rochosos, etc. A biodiversidade é grande e ainda não completamente descrita pela ciência, estima-se em torno de três mil plantas, fauna expressiva e muitas espécies endêmicas.
As principais ameaças decorrem da introdução e expansão das monoculturas e das pastagens com espécies exóticas que têm levado a uma rápida degradação e descaracterização das paisagens naturais. Segundo o Ibama, em 2008 restavam apenas 36,03% da vegetação nativa do bioma Pampa.
A perda de biodiversidade compromete o potencial de desenvolvimento sustentável da região, seja perda de espécies de valor forrageiro, alimentar, ornamental e medicinal, seja pelo comprometimento dos serviços ambientais proporcionados pela vegetação campestre, como o sequestro de carbono que atenua as mudanças climáticas, por exemplo.
Em relação às áreas naturais protegidas no Brasil o Pampa é o bioma que menor tem representatividade no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), representando apenas 0,4% da área continental brasileira protegida por unidades de conservação.
O Pampa e os campos sulinos no Brasil: imagens e estudos disponíveis em Rede Campos Sulinos