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Segunda-feira, 01 de Março de 2021

 
     

Campanha promove olhar atento ao papel da floresta na produção de alimentos no Brasil

  

 “Tem Floresta na Mesa”, estrelada pelo chef paraense Thiago Castanho, quer mostrar a importância da floresta na produção de alimentos no Brasil.

  


Por IPAM e Observatório Florestal

Coloque na panela um punhado de terra, bastante água, troncos, folhas e sementes, e os insetos certos; misture bem e deixe apurar: essa é a origem de todos os pratos. A campanha “Tem Floresta na Mesa”, lançada nesta segunda-feira (1º/3) pelo OCF (Observatório do Código Florestal) e pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), chama a atenção dos consumidores para a importância da floresta na produção de alimentos no Brasil.
 
Estrelada pelo paraense Thiago Castanho, um dos chefs mais inovadores do mundo segundo o jornal americano The New York Times, a iniciativa chama a atenção do consumidor brasileiro para o papel das florestadas e dos serviços ecossistêmicos que elas fornecem – como chuva, clima estável, proteção e saúde dos solos e lar para polinizadores.
 
No site da campanha (www.temflorestanamesa.org.br), é possível encontrar sugestões que auxiliam a fazer escolhas mais responsáveis como: buscar por produtos de empresas que respeitem o meio ambiente, cobrá-las para que cumpram a legislação e compartilhar conteúdos relevantes e confiáveis.
 
Além das principais informações sobre a iniciativa, o espaço também reúne os vídeos das receitas, cards e banners para compartilhamento, produzidos pela agência Fixe.
 
Do mercado à panela
 
Em duas receitas gravadas para a campanha, Castanho, um entusiasta da cozinha de origem, ensina especialidades de sua cozinha – mas com ingredientes inesperados.
 
“Quanto mais soubermos da origem do que colocamos na mesa, mais podemos ajudar a manter a floresta, quem vive ao redor dela e as tradições culturais em pé. Quando fui chamado para participar dessa ação com IPAM, topei na hora, pois está completamente alinhado com meu propósito de trabalho aqui na região amazônica”, diz Castanho.
 
Todas as peças desenvolvidas para a iniciativa acompanham a presença da floresta desde a entrada do supermercado, passando pela escolha do que vai para o carrinho, até a execução da comida dentro de casa. É um convite ao público a desenvolver um olhar mais atento à origem do alimento.
 
“Quando vamos ao supermercado, à feira ou a um restaurante, a última coisa que passa pela cabeça é a natureza. Essa iniciativa vem justamente mostrar que, sem uma floresta saudável, não existiriam condições ideais para o brasileiro ter tanta diversidade e abundância na mesa”, explica o diretor de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do IPAM, Eugênio Pantoja. “Esse ingrediente que ninguém lembra, a floresta, é um dos recursos naturais fundamentais para a geração de alimentos e precisa ser melhor valorizado por toda a cadeia, do produtor no campo até o consumidor”, complementa.
 
Floresta em pé, comida na mesa
 
Um estudo realizado em Mato Grosso por cientistas do IPAM, e publicado em revista científica em 2015, mostrou que áreas de produção agropecuária têm a temperatura da superfície de 4oC a 6oC, em média, mais alta em comparação a uma região florestada – no caso, o Parque Indígena do Xingu, uma “ilha” verde quase totalmente cercada por pastagens e plantações. Além disso, a floresta ali fornece água para a produção ao redor, na forma de chuva.
 
Em 2018, um editorial escrito pelos cientistas Carlos Nobre e Thomas Lovejoy para a revista Science destacou a importância da Amazônia na circulação de umidade na América do Sul, e reforça que, com o avanço do desmatamento no bioma, a floresta pode perder a função de “regador” da região.
 
Ambos os trabalhos, assim como outros na literatura científica, comprovam a importância de manter a vegetação em pé. Por isso, “Tem Floresta na Mesa” também promove o consumo responsável, com o estímulo ao cumprimento do Código Florestal por produtores rurais e o compliance por parte da indústria alimentícia.
 
“As florestas nunca foram uma barreira ao desenvolvimento econômico. A proteção florestal pode perfeitamente se conciliar com a expansão da produção agrícola. É fundamental saber de onde vem o que consumimos: o que consumimos conserva ou desmata florestas”, afirma a secretária-executiva do OCF, Roberta Del Giudice. “A implantação do Código Florestal é o primeiro passo para que todos tenham essa informação.”
 

 

IPAM e Observatório Florestal / EcoAgência

  
  
  
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