A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) protocolou hoje (30/08/2022) uma Carta ao Governador do Estado da Bahia, Rui Costa, solicitando medidas urgentes de proteção para os povos originários, jornalistas, educadores e indigenistas do Sul e Extremo Sul da Bahia.
A Nota divulgada informa que a escalada de violência nestes territórios foi denunciada à Comissão de Meio Ambiente (CMA) e a Comissão da Igualdade Racial da ABI. Ao apurarem a situação, acionaram a representação da ABI no estado da Bahia e a Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos (CDLIDH). Os relatos alarmantes, envolvem políticos, policiais militares, empresários, fazendeiros e outros invasores de terras indígenas em crescentes ataques milicianos, campanhas de difamação e desmonte de órgãos federais. A pesquisa resultou em um dossiê com histórico de violações, documentos de entidades, depoimentos e clipping do que vem sendo publicado na imprensa e nas redes sociais.
O documento enviado ao Governador identificou cinco territórios mais ameaçados, com 10 mil moradores em permanente estado de tensão:
- 6 mil Pataxó na TI Barra Velha, homologada e atacada constantemente.
- 2500 Pataxó Hã Hã Hãe na Terra Indígena Caramuru Paraguassu, demarcada e homologada, lutam para manter a posse de seu próprio território.
- 2485 Pataxó na Terra Indígena Comexatibá, demarcada e não homologada, sob pressão de grileiros, fazendeiros, empresários, políticos e PM locais.
- 1000 Pataxó no entorno do Monte Pascoal e Aldeia Boca da Mata, próximo a Porto Seguro, submetidos a verdadeiro "Estado de Sitio", sem usufruírem sequer do direito de ir e vir.
- 200 famílias Tupinambá ameaçadas na Comunidade Serra do Padeiro.