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Agroecologia

Segunda-feira, 28 de Novembro de 2011

 
     

Seminário promove novo olhar sobre o desenvolvimento rural sustentável

  

Economista Ladislau Dowbor defende que a construção de um outro mundo é necessária, porque os recursos naturais estão acabando. Ele abriu, nesta segunda-feira, o XI Seminário Estadual e o XII Seminário Internacional sobre Agroecologia em Porto Alegre.

  

Kátia Marcon - Emater/RS-Ascar     
Mesa de abertura do Seminário


Por Patrícia Strelow, Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar

A fórmula de cálculo do Produto Interno Bruto está errada”, afirmou o economista Ladislau Dowbor durante a abertura do XII Seminário Estadual e XI Internacional sobre Agroecologia, nesta segunda-feira (28), no auditório da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. Com ilustrações simples, como a de uma casa onde todos os móveis são vendidos, Dowbor exemplificou como o aumento do ingresso de recursos não é suficiente para se calcular a melhoria real das condições de uma população. “O PIB não considera a redução do capital material terra”, enfatizou o professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Para Dowbor a construção de um outro mundo é necessária, porque os recursos naturais estão acabando. “A solução está na organização das pessoas em torno de seus interesses, ou seja, na busca por soluções locais para os problemas. Temos que repensar a forma como nos organizamos”, enfatizou Dowbor, cuja explanação abriu a programação do Seminário. Até quarta-feira (30/11), acadêmicos, pesquisadores e produtores abordaram diferentes enfoques do tema central “Um Outro Olhar para o Desenvolvimento” - uma reflexão sobre os limites do modelo atual e as possibilidades de se construir novas relações, baseadas nos princípios da Agroecologia. A entrada é gratuita e a programação também pode ser assistida ao vivo através do site da Emater/RS-Ascar (
www.emater.tche.br). Cerca de 700 pessoas participaram deste primeiro dia de evento.

“Vamos discutir aqui a Agroecologia como ciência que dá suporte para enfrentarmos o tema da sustentabilidade ambiental, mas também da sustentabilidade econômica, política e social”, avaliou o presidente da Emater/RS, Lino De David, durante a abertura oficial do Seminário. Para o secretário de Desenvolvimento Rural (SDR), Ivar Pavan, “vivemos numa época de muitos desafios, mas cada dia mais pessoas se dão conta de que não há antagonismo entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental”.

Participaram ainda da abertura o deputado federal Elvino Bohn Gass, a deputada estadual Marisa Formolo, o secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Cláudio Fioreze, o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Nilton Pinho de Bem, o presidente da Fepagro, Daniel dos Santos, o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon, o presidente da Associação Brasileira de Agroecologia, Francisco Caporal, e o diretor técnico da Emater/RS e representante da comissão organizadora do Seminário, Gervásio Paulus.

Paulus abriu a programação da tarde com um breve resgate de todos os seminários, desde a primeira edição, em 1999, com destaque à organização coletiva e participativa do evento. “É um espaço onde é promovido o debate de conhecimentos teóricos e práticos, sobre os processos da construção de estratégias que tenham como base os princípios da Agroecologia”, enfatizou. Além da Emater/RS-Ascar, realizam o evento a SDR, Fepagro, MDA, Embrapa, Assembleia Legislativa e Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

A tarde do primeiro dia de evento teve como tema central a soberania, construção e distribuição da riqueza, quando os palestrantes levantaram o debate sobre “Onde Estamos? Para onde Vamos?”. Participaram Francisco Caporal, da Associação Brasileira de Agroecologia, Eliane Martins, da Via Campesina, e José Antônio Costabeber, da Universidade Federal de Santa Maria. Os painelistas convergem na premissa de que a sociedade de consumo deve repensar seus modelos produtivos para garantir a sustentabilidade. “É um desafio falar em decrescimento em um país dominado pelo pensamento economicista e em que a palavra de ordem é consumir”, frisou Caporal.

Na terça-feira (29/11), a programação começa às 9h, com o Painel intitulado Outro Olhar para os Agroecossistemas, com participação de representantes da Universidade Federal de Viçosa, da Embrapa Pecuária Sul, da Associação Novo Horizonte, de Pinheiro Machado, e do Departamento de Ecologia da UFRGS. À tarde, o painel Reaprendendo o Valor da Biodiversidade contará com a participação de representantes da Embrapa Transferência de Tecnologia, da Organização de Direitos Humanos Terra de Direitos, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e de produtores rurais assentados de Piratini.

Nesta edição, a palestra de encerramento, na quarta-feira (30/11), ficará a cargo do professor da universidade espanhola de Jaen, Francisco Garrido Pena, com o tema Outro Olhar Eticamente Necessário. A palestra de Guarrido será seguida de plenária para discussão e aprovação de propostas para a Carta Agroecológica 2011. Na manhã do mesmo dia, um painel promoverá o debate sobre Limites, Necessidades e Possibilidades da Relação de Produção e Consumo.

O XI Seminário Internacional sobre Agroecologia e o XII Seminário Estadual sobre Agroecologia são promovidos ainda pela ABA-Agroecologia, Associação dos Servidores da Emater/RS-Ascar, Associação de Engenheiros Agrônomos de Porto Alegre, Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul, Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Banrisul, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul, Assembleia Legislativa, Grupo de Agroecologia Terra Sul, Núcleo Ecologia e Agriculturas da Guayí, MA/SFA/CPOrg, Movimento do Pequenos Agricultores, Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS), Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, universidades federais do Rio Grande do Sul e de Santa Maria.

Emater/RS-Ascar/EcoAgência

  
  
  
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