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Observatório de Jornalismo Ambiental

Quinta-feira, 15 de Junho de 2023

 
     

Continuamos sem planos de enfrentamento às mudanças climáticas?

  
  


Por Carine Massierer*

Para você, cidadão, os planos de enfrentamento às mudanças climáticas pode ser um assunto que você não sabe do que se trata, não busca informações ou talvez nem queira saber. Mas se eventos antes considerados extremos, como furacões, enxurradas e excessos de chuvas atingirem a sua casa e acabarem como seu lar, como as coisas ficam?

É chegada a hora de estarmos todos, os cidadãos e os políticos, preocupados com as mudanças climáticas e os estudos e os planos para minimizar e enfrentar tragédias. Pois nesta semana a Agência Pública trouxe uma reportagem que traz a preocupação que todos os cidadãos deveriam ter: “Maioria das capitais brasileiras não tem plano de enfrentamento às mudanças climáticas”.

A reportagem foi motivada pelas chuvas intensas registradas em maio, em duas capitais que ficam em pontos extremos do mapa: Porto Alegre e Aracaju. Segundo apuração da Agência Pública, Aracaju e Porto Alegre ilustram o despreparo das capitais brasileiras para responder aos desafios postos pela emergência climática. Elas estão entre as 17 das 27 capitais (incluindo o Distrito Federal) que não possuem planos municipais de mudanças climáticas.

A reportagem acessou estudos do Serviço Geológico Brasileiro e acionou as 27 prefeituras para inquerir quais delas tinham planos de enfrentamento às mudanças climáticas.

Os planos de mudanças climáticas são parte de um longo processo de resposta dos municípios. Em geral, este processo se inicia com a realização de dois estudos que fazem uma espécie de diagnóstico da cidade: o inventário de emissões de gases de efeito estufa e o estudo de vulnerabilidade e riscos às mudanças climáticas. A partir desses, o plano de mudanças climáticas define ações a serem tomadas pelos municípios com os objetivos de reduzir e até neutralizar as emissões de gases de efeito estufa, e reduzir os riscos e impactos sobre as mudanças climáticas.

Sobre alguns planos a reportagem se debruçou e conseguiu apontar, com a corroboração de entrevistas, que muitos são frágeis, pois não incluem metas de adaptação e outros nem sequer saíram do papel. Isto se deve ao fato lembrado pelo porta-voz da Campanha Clima e Justiça do Greenpeace Brasil, Rodrigo Jesus, e que é fonte na matéria, de que existe uma cultura de que é preciso esperar a catástrofe acontecer.

Assim como estamos estão a esperar as catástrofes acontecerem, continuamos sem planos de mitigação e enfrentamento às mudanças climáticas. A imprensa, que é motivada pelos fatos e eventos para se pautar, também está “esperando as catástrofes acontecerem” e sabe por quê? Porque este tema super relevante não foi explorado por nenhum outro veículo de comunicação. A reportagem, de excelente qualidade feita pela Pública, nem sequer foi reproduzida. Assim seguimos, esperando que os outros façam o que é papel de cada um.

 

 

* Texto produzido no âmbito do projeto de extensão "Observatório de Jornalismo Ambiental" por integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental (CNPq/UFRGS). A republicação é uma parceria com o Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ-RS). Carine Massierer é jornalista, mestre em Comunicação e Informação pela UFRGS e integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental (CNPq/UFRGS).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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