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Capitalismo

Terça-feira, 13 de Junho de 2017

 
     

Problemas ambientais atingem de forma drástica os mais pobres, afirma pesquisador da UFRJ

  

Impactos de grandes obras e ações políticas são direcionadas a populações mais carentes, afirmou o pesquisador na aula inaugural do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

 

  

Raíssa Genro    
Henri Acserald comprovou a informação através de uma análise histórica


Por Raíssa Genro - Especial EcoAgência

Historicamente os eventos climáticos extremos e processos de degradação ambiental atingem mais diretamente os menos favorecidos. Este foi o tema apresentado pelo doutor em Planejamento, Economia Pública e Organização do Território pela Université Paris 1, Henri Acserald, que comprovou a informação através de uma análise histórica. Na última sexta-feira, 10 de junho, ele foi o convidado da aula inaugural do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O histórico apresentado pelo pesquisador iniciou com os princípios da industrialização que, no surgimento do capitalismo, passa a gerar dois produtos: bens materiais, que são os desejáveis e o efeito da produção destes bens, que seria a degradação ambiental e inicialmente de forma mais potencial a poluição. Neste processo, afirma Acserald, a Terra passa a se configurar como espaço mercantil, mas ainda existe outro, denominado por ele não não-mercantil, no qual são comercializados ou negociados os impactos. Durante a aula inaugural Henri resgatou um episódio ocorrido em 1995 em que um relatório do Banco Mundial vazou à imprensa contendo informações sobre a “economia política da vida e da morte”, que recomendava poluir os países pobres por dois motivos:  as pessoas nestes lugares viviam menos e suas mortes teriam um custo menor devido os seus salários menores.

Avançando até a atualidade o pesquisador relatou dados sobre o rompimento da barragem da Samarco/Vale em Mariana, em Minas Gerais, em novembro de 2015. Um dos critérios para a implantação de grandes obras tem sido a cor da população, que vai “clareando” conforme afasta-se da zona de risco. Henri, no entanto, fez a ressalva de não necessariamente a cor teria a ver com a baixa renda.  Citando o pesquisador David Harvey, em uma análise feita em 1995, ele levanta a questão da existência de lugares com vantagens competitivas, nos quais haveria uma conivência maior com os impactos das atividades industriais. Seria um avanço predatório planejado e projetado sobre o meio ambiente e as populações mais desassistidas. Henri concluiu sua fala frisando que a atual degradação da esfera política está diretamente relacionada com o nosso modelo extrativista, tendo o agronegócio como base, e repleto de projetos de grandes obras de infraestrutura, o mesmo modelo que fragiliza ainda mais as estruturas sociais e os mais pobres.

 

Reportagem produzida através do apoio do Programa de Pequenos Projetos da Fundação Luterana de Diaconia

 

  
  
  
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