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Quarta-feira, 12 de Outubro de 2016

 
     

Magda Renner, uma das pioneiras do movimento ambiental no RS, morre aos 90 anos

  

Ela atuou em inúmeros episódios na luta ambiental do Rio Grande do Sul e durante a Constituinte de 1987/1988

  


Por João Batista Santafé Aguiar, jornalista

Faleceu nesta terça-feira (11/10/2016), em Porto Alegre, a ativista ambiental Magda Renner, aos 90 anos de idade. A família informou o fato à comunidade via publicação em jornal local nesta quarta-feira (12/10).  A família informou que o falecimento ocorreu na madrugada de segunda para terça-feira e as despedidas ocorreram no mesmo dia (11/10).

Magda começou a atuar na luta ambiental após ouvir palestra de José Lutzenberger, em 1972. Atuava, juntamente com outras senhoras da alta sociedade de Porto Alegre, em causas benemerentes junto à Ação Democrática Feminina Gaúcha – ADFG, fundada em 1964 em apoio ao golpe de Estado que ocorreu naquele ano no Brasil, depois Núcleo Amigos da Terra Brasil.

 

A ADFG voltou-se fortemente à luta ambiental criticando fortemente as políticas de desenvolvimento adotadas sem sustentação ecológica ou social. A entidade promoveu o primeiro projeto de separação do lixo em Porto Alegre e passou a atuar em foros internacionais contra a pobreza e a favor das questões ambientais. Poliglota, o escritório da ADFG em Porto Alegre transformou-se em centro de articulação mundial. Com Giselda Castro como vice-presidente, a ADFG aderiu aos Amigos da Terra Internacional (FOE), federação de entidades com forte atuação na crítica aos bancos de fomento e na busca de justiça às populações desassistidas do planeta. Em consequência, os objetivos da entidade foram modificados para refletir a nova atuação, sem deixar de atuar em ações sociais junto às populações de baixa renda. O nome da entidade foi mudado para Núcleo Amigos da Terra Brasil .

 

Atuou em inúmeros episódios na luta ambiental do Rio Grande do Sul e durante a Constituinte de 1987/1988. Participou de inúmeros colegiados em nome da entidade, como a luta contra os agrotóxicos e a criação da legislação estadual, entre 1982 e 1984. Apoiou a organização dos Encontros Estaduais das Entidades Ecológicas, promovendo alguns deles. Apoiou a criação da federação das entidades ecologistas por meio da APEDEMA-RS, sediando por muitos anos sua Coordenação, viabilizando seu funcionamento. Nos anos 1980, engrossou passeatas que alertavam sobre os problemas decorrentes da instalação do III Polo Petroquímico, em Triunfo. Antes havia atuado fortemente para denunciar a tragédia da Praia de Hermenegildo, no Sul do Rio Grande do Sul, poluída por dejetos químicos lançados ao mar.

 

A coordenação colegiada da APEDeMA/RS lançou a seguinte nota: É com imenso pesar que a Coordenação da Apedema toma ciência e compartilha a comunicação do falecimento, aos 90 anos, da ambientalista Magda N. Renner, ex- ADFG e Amigos da Terra Internacional, que tanto participou das lutas do movimento ambientalista do RS.

 

Paulo Nuhrich, diretamente da Galiléia, Israel, afirmou nesta quarta-feira, que com a morte de Magda Renner, conjuntamente com a de José Lutzenberger, Hilda Zimmermann, Giselda Escosteguy Castro, Flavio Lewgoy e Augusto Carneiro, fecha-se um tempo que não voltará mais. Lembra que em 1982, quando trabalhava com o deputado estadual Antenor Ferrari, autor da lei dos Agrotóxicos (7747/82), as três, Magda, Giselda e a Hilda, eram sempre as primeiras a chegar nas dezenas de reuniões, afora os contatos feitos durante todo o tempo, que culminaram na lei. (…)  Assim como Lilian Dreyer, eu estou com um pesar interno,  muito triste. Agora quero ficar quieto. Saudades!

 

 

EcoAgência

  
  
  
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