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Mineração

Quinta-feira, 20 de Outubro de 2011

 
     

Grande mineração ameaça abastecimento de água em Ibagué, na Colômbia

  

Até outubro do ano passado, haviam sido outorgados 42 títulos mineiros, que somam 8.664 hectares, o equivalente a 31,6% da área total da bacia do rio Combeima, que faz parte da bacia do rio Coello.

  


Por Camila Queiroz - Adital

O abastecimento de água da cidade colombiana de Ibagué, capital do departamento de Tolima, está ameaçado pela ação de mineradoras transnacionais, segundo denuncia artigo lançado terça-feira (18) pelo professor universitário, engenheiro e militante da Rede Colombiana Frente à Grande Mineração Transnacional, José Mario Vera Rodríguez. O texto informa que, até outubro do ano passado, haviam sido outorgados 42 títulos mineiros, que somam 8.664 hectares, o equivalente a 31,6% da área total da bacia do rio Combeima, que faz parte da bacia do rio Coello.

Dos 42 títulos, 11 correspondem à mineração de ouro e outros minerais, como zinco, prata, cobre e molibdênio. Entre as grandes empresas beneficiadas com a atividade, Rodríguez aponta AngloGold Ashanti (que já explora a mina de ouro La Colosa, em Cajamarca, também Tolima), que explora 5.227,6 hectares, o equivalente a 19,1% da área total da bacia. Depois vem a empresa Negócios Mineiros, com 1.421,4 hectares, e Oro Barracuda, com 1.889,7 hectares. As licenças de exploração vão desde o início desta década até os anos 2038 e 2040.

Rodríguez ressalta o alto volume de água consumido por uma mina de ouro – entre 2 e 3 milhões de litros por dia, em contraste com o consumo de uma família, que levará de 15 a 20 anos para consumir toda esta quantidade. "Esta bacia hidrográfica é uma das mais importantes do departamento, já que abastece de água aproximadamente 80% da população do município de Ibagué (aproximadamente 420 mil pessoas), assim como atividades agrícolas e industriais; é, além disso, uma das principais zonas rurais de lazer, com que conta a população de todos os níveis socioeconômicos da cidade”, enfatiza, chamando a população a resistir contra os impactos negativos da mineração.

Muitos locais já foram prejudicados, de acordo com o artigo – 100% das áreas de conservação da fauna, bem como 63,2% dos bosques municipais (1.581,1 hectares), 220 hectares das reservas florestais da Corporação Autônoma Regional de Tolima (Cortolima) e 154 hectares de reservas florestais do Estado e outros ecossistemas e áreas estratégicas devido às funções ambientais que desempenham. Entre as áreas destinadas para abastecimento hídrico urbano, 92%, ou seja, cerca de 1.400 hectares foram afetados, enquanto 76,5% das áreas de abastecimento hídrico rural (887,4 hectares) também sofreram a ação das mineradoras.

Em contraposição a tudo isto, o Plano de Ordenação e Manejo da Bacia (Pomca, na sigla em espanhol) do rio Coello prioriza a água da bacia para consumo humano, decisão também adotada pelo Conselho de Política Econômica e Social. Desrespeitar a determinação dos Pomcas é, inclusive, ilegal, ressalta o militante. "Esta situação contraria a normatividade vigente (Lei 99 de 1993, Lei 338 de 1997 e o Decreto 1729 de 2002), que estabelecem que os Pomcas são normas de hierarquia superior quanto ao manejo e aproveitamento dos recursos naturais renováveis (solos, água e bosque) e determinantes dos planos de ordenamento territorial”, assinala.

Adital/EcoAgência

  
  
  
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