Um bugio, espécie a caminho da extinção, foi levado a clínica do médico-veterinário Edson Luiz Salomão, em Cachoeira do Sul, para ser atendido em caráter emergencial. Ele, que já participou de investigações epidemiológicas por ser profissional da área, chama a atenção que "esses primatas não humanos são sentinelas que permitem às autoridades sanitárias a detecção de vírus circulante da febre amarela".
No seu trabalho, Salomão verificou que muitos moradores da área rural ignoram que bugios infectados pelo vírus alertam e evitam a transmissão da doença às pessoas, permitindo preventivamente lançar mão da vacina que irá salvar vidas humanas. Portanto, tem papel importante no ciclo dessa grave zoonose. Ademais, essa espécie contribui com o reflorestamento das nossas escassas matas nativas, através das sementes de frutas eliminadas pelas fezes.
O animal encontrado havia sido ferido com arma de fogo por um morador que achava que estaria protegendo sua família da temida febre amarela, mas seus filhos e esposa trouxeram o animal à clínica, relata o profissional. Examinado e com o recurso do RX, constatou-se uma bala alojada na medula, que foi removida. Depois de algumas semanas, o bugio foi devolvido à natureza.
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