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Jornalismo Ambiental

Quinta-feira, 29 de Maio de 2014

 
     

Pesquisadores debatem novos ângulos do Jornalismo ambiental

  

“A academia tem funções sociais fundamentais e pode contribuir para alertar melhor esse mundo em transformação”, afirmou Anabela Carvalho da Universidade do Minho, Portugal

  

Débora Gallas    
A segunda conferência de abertura foi com Raul Reis, professor e pesquisador da School of Journalism and Mass Communication da Florida International University.


Por Silvia Franz Marcuzzo

Pesquisadores de diversas universidades brasileiras debatem os rumos do jornalismo ambiental de hoje, dia 29 de maio, até sábado,31, na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em Porto Alegre. Durante o II Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental são apresentados trabalhos científicos e conferências que mostram várias possibilidades para se aprofundar o tema.
 
“As conferências da abertura mostraram uma diversidade de assuntos que precisam ser investigados”, apontou a coordenadora do evento, Ilza Girardi, professora de Jornalismo Ambiental da Fabico/Ufrgs. “As falas trouxeram um novo ânimo que evidenciaram a nossa responsabilidade enquanto pesquisadores, professores e estudantes de universidades,” salientou a docente, que criou a primeira disciplina de jornalismo ambiental do País.
 
Atualmente as novas diretrizes curriculares para os cursos de Jornalismo estabelecem o meio ambiente e a sustentabilidade como temas transversais obrigatórios na formação profissional. “Os cursos terão que incorporar esses temas de alguma forma”, alerta Reges Schwaab, professor de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Ele acrescenta que os próprios alunos estão mais cientes da importância de investir na sua capacitação sobre a temática.
 
Por vídeo conferência, a pesquisadora da Universidade do Minho, em Portugal, Anabela Carvalho, cofundadora da International Environmental Communication Association (Ieca) ampliou os horizontes dos participantes. Para Anabela, diante do atual contexto de agravamento do aquecimento global, inoperância do poder público e da crise do jornalismo (econômica e tecnológica), há um vasto campo a ser trilhado.
 
Ela sugere outras agendas de pesquisa para academia, “reorientações” de enfoques geográfico, temático, comunicacional e mediático, além de se dar outra escala de análise nos trabalhos. Com relação ao foco geográfico, ela recomenda se aprofundar mais a pesquisa sobre o nível local, pois não se tem como compreender a questão de mudanças climáticas tratando apenas com exemplos distantes, como a situação do urso polar no Polo Norte.
 
No que tange o aspecto temático, ela expõe a necessidade de se diversificar, ampliar a análise da cobertura de outros assuntos relacionados ao ambiente. Ela deu como exemplos a publicação de notícias envolvendo a qualidade do ar (a Organização Mundial da Saúde revelou recentemente que a poluição do ar provocou a morte de 7 milhões de pessoas em 2012), os reflexos da urbanização acelerada, o impacto do turismo, os entraves da justiça ambiental e, inclusive, pautas novas, como a extração de xisto (fracking) e a engenharia climática planetária.
 
Já no corte que abrange questões comunicacionais, a professora aponta a importância de se examinar a produção, o texto e a recepção da mensagem de forma integrada. Não basta apenas tratar o discurso, na sua visão. Ela observa que o contexto sociocultural compreende também estratégias de comunicação dos atores sociais.
 
Sobre o campo mediático, Anabela defende mais atenção aos meios eletrônicos, leia-se televisão, rádio e internet. A supremacia absoluta das pesquisas utiliza apenas a imprensa escrita. “Qual é o impacto que os meios online têm na produção jornalística sobre meio ambiente,” indaga a pesquisadora. Outra questão abordada por ela é que se precisa entender as dinâmicas e as características próprias da internet na difusão das notícias, como por exemplo, o impacto dos comentários sobre os outros leitores e o compartilhamento em redes sociais.
 
A cerca da escala de análise nos trabalhos ela propõe olhar a pesquisa por outros ângulos. Ela acredita que é necessário “refundar” as dimensões políticas na pesquisa sobre jornalismo ambiental. “Discussões políticas fazem parte da análise, mas precisam melhorar como se fala desse assunto”. Ela comenta ainda que é preciso esmiuçar mais e melhor a linguagem que ela chama de “tecnogestionária”, que provoca uma despolitização do contexto ambiental.
 
Além disso, analisar a representação dos cidadãos e da sociedade civil no jornalismo ambiental e até a representação da (in) capacidade política do público. Ela se referiu a atual situação mundial, onde é cada vez mais comum a realização de protestos, há completo dissenso e ausência de interlocutores que mantenham suas versões na imprensa. Também há, segundo Anabela, pouca investigação sobre iniciativas comunitárias.
 
Anabela conclamou a união de esforços para se trabalhar conjuntamente na definição de objetivos e metas para a pesquisa do jornalismo ambiental de modo a se responder às mudanças ambientais, sociais e jornalísticas em curso. “A academia tem funções sociais fundamentais e pode contribuir para alertar melhor esse mundo em transformação”, finalizou a pesquisadora.
 
As consequências previstas da mudança do clima na Flórida são tão graves que o tema tem unido republicanos e democratas, informou Raul Reis, professor e pesquisador da School of Journalism and Mass Communication da Florida International University na segunda conferência de abertura do II Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental.
 
Também relatou que professores e estudantes de jornalismo da universidade produziram recentemente um documentário, divulgado nacionalmente, sobre a elevação do nível do mar no sul dos Estados Unidos. Sua conferência será disponibiliza em breve no site do evento: http://jornalismoemeioambiente.com/ 
ENPJA - EcoAgência

  
  
  
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