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Imagem reproduzida do site Ruralômetro da Repórter Brasil |
Por Elenita Fogaça - ONG Repórter Brasil Pelo menos 351 deputados federais têm atuação desfavorável ao meio ambiente, povos tradicionais e trabalhadores rurais – o que representa 68% da Câmara, ou 2 a cada 3 deputados. A conclusão é do Ruralômetro 2022, ferramenta de monitoramento dos deputados federais lançada nesta segunda-feira (15) pela Repórter Brasil – organização sem fins lucrativos dedicada ao jornalismo investigativo, à pesquisa e à educação.
Acesse o Ruralômetro: https://ruralometro2022.reporterbrasil.org.br/
A plataforma online revela quais são os deputados federais que mais prejudicaram o meio ambiente, os indígenas, os quilombolas e os trabalhadores rurais na atual legislatura. Para classificar o desempenho de cada político, foram analisadas 28 votações nominais e 485 projetos de lei que que abordam temas como: acesso a benefícios sociais, legislação trabalhista, fiscalização ambiental, economia sustentável, proteção a indígenas e quilombolas, dentre outros.
O político pior avaliado no Ruralômetro 2022 foi Nelson Barbudo (PL-MT), que está em seu primeiro mandato e representa a “nova direita” no Congresso. Deputado federal mais votado pelo Mato Grosso em 2018, Barbudo apresentou ao menos oito projetos de lei na Câmara com impacto socioambiental negativo. É o caso da proposta que impede a apreensão e destruição de equipamentos flagrados em infrações ambientais.
Os 10 deputados com a pior avaliação foram: Nelson Barbudo (PL-MT); Lucio Mosquini (MDB-RO); Delegado Éder Mauro (PL-PA); Nicoletti (União-RR); Vitor Hugo (PL-GO); José Medeiros (PL-MT); Caroline de Toni (PL-SC); Alceu Moreira (MDB-RS); Major Fabiana (PL-RJ); e Capitão Derrite (PL-SP).
No Ruralômetro, é possível verificar como esses deputados votaram e os projetos que apresentaram sobre temas socioambientais. Esta é a segunda edição do Ruralômetro. Em 2018, a ferramenta revelou que 323 deputados atuavam de forma desfavorável à agenda socioambiental, número que se ampliou para 351 políticos na atual legislatura.
Novo é o partido mais antiambiental
Em sua primeira legislatura, estreando com oito deputados, o Novo foi a legenda pior avaliada pelo Ruralômetro. Em segundo lugar ficou o PTB, seguido pelo PL, do presidente Jair Bolsonaro. Isso significa que os políticos dessas legendas foram os que mais votaram medidas desfavoráveis ao meio ambiente e aos povos do campo.
Santa Catarina é a unidade da federação com mais deputados mal-avaliados pelo ranking (94%), seguida por três estados da Amazônia Legal: Amazonas, Mato Grosso e Roraima (88% cada).
Além de agrupar os votos e os projetos de impacto socioambiental, o Ruralômetro mostra também quais deputados já foram multados pelo Ibama ou pelo Ministério do Trabalho, e também se o político recebeu doações eleitorais de pessoas que cometeram infrações ambientais e trabalhistas.
Principais resultados do Ruralômetro 2022:
A cada 3 deputados federais, 2 atuam de forma negativa ao meio ambiente, povos indígenas e trabalhadores rurais (68% da Câmara)
Dos 20 deputados pior avaliados, 14 são novatos (primeiro mandato) e 13 são do PL
Estreante no Congresso, Novo tem a pior avaliação entre os 24 partidos da Câmara
5 partidos tiveram 100% de seus deputados com atuação desfavorável a meio ambiente, indígenas e trabalhadores rurais: Novo, PTB, PP, Patriotas e PSC
Ao menos 16 deputados federais já foram multados por infrações ambientais
Ao menos 22 deputados federais já foram multados por infrações trabalhistas
5 deputados federais possuem multas ambientais e também trabalhistas
119 parlamentares receberam doações eleitorais de infratores ambientais
108 deputados federais receberam doações eleitorais de infratores trabalhistas
Santa Catarina é a unidade da federação com mais deputados mal-avaliados pelo ranking (94%), seguida por três estados da Amazônia legal: Amazonas, Mato Grosso e Roraima (88%)
ONG Repórter Brasil - EcoAgência
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