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Educação Ambiental

Quarta-feira, 15 de Agosto de 2012

 
     

Rio+20: desconexão das políticas públicas quanto aos interesses da sociedade

  

Terça Ecológica abordou a ineficácia dos governos perante às questões ambientais e enfatizou a capacidade de promover mudanças da sociedade civil

 
  

Sarah Bueno Motter/EcoAgência    
Celso Marques e Zoravia Bettiol, dentre outros, também fizeram contribuições


Por Sarah Bueno Motter - especial para a EcoAgência

Falar da Rio+20 é falar sobre o rumo do ecologismo, o rumo da humanidade e do planeta. É também refletir sobre quais caminhos os países tomaram, depois de duas décadas da Eco 92 e refletir se afinal as nações avançaram ou retrocederam. Na Terça Ecológica deste mês (ontem, 14), as jornalistas Raissa Genro e Eliege Fante, o biólogo e arquiteto Francisco Milanez, presidente da Agapan e o engenheiro agrônomo Arno Kaiser, presidente do Movimento Roessler, compartilharam suas perspectivas e vivências da Rio+20, além de uma avaliação do maior evento sobre meio ambiente das últimas décadas.
 
A Terça Ecológica procurou abranger a complexidade de um evento que reuniu sentimentos diversos dos militantes, esperanças e frustrações. As jornalistas Raissa Genro e Eliege Fante, representando o NEJ-RS e a EcoAgência, relataram suas experiências ao cobrir as atividades da Cúpula dos Povos na Rio+20, em conjunto com as jornalistas Danielle Sibonis e Ana Paula Knewitz. A diversidade apresentada na Cúpula mostrou que o desejo de mudança vem de muitos lados da sociedade - desde as grandes ONGs aos movimentos menos articulados ou ainda não institucionalizados.
 
Devido à diversidade das pessoas e causas, “as pautas brotavam de todos os lugares” afirmou Raissa. Eliege contou que, a partir da perspectiva de jornalistas ambientais, a equipe do NEJ-RS percebia boas histórias em todos os caminhos que passavam e, por isso, ao contrário da mídia hegemônica, tiveram “tempo para escutar quem não estava no palco”.
 
A Cúpula, afirmam as jornalistas, evidenciou a necessidade urgente da humanidade se reaproximar à natureza.  Os povos, segundo elas, têm suas próprias soluções para a crise ambiental e econômica e merecem ser ouvidos e ter respeitados os seus modos de vida. Eliege enfatizou o potencial individual de “fazer acontecer”. Ao mudar hábitos e voltar a atenção para o que realmente importa, o que nos inquieta, vimos abrir espaço e tempo para de fato agir na sociedade.
 
Milanez apontou a complexidade das negociações da Rio+20 que envolvem lobbies e discussões minuciosas sobre legislações e economia. Existe uma necessidade de muitas informações para tratar dos temas e às vezes nem todos os países estão preparados para discutir os assuntos num mesmo patamar. Milanez apontou o fracasso da ONU como um órgão de ação para os problemas mundiais. Para o arquiteto “a ONU é a expressão mais centralizada da economia mundial”, pois quem comanda seus rumos são os países mais ricos.
 
O presidente da Agapan falou que a Cúpula foi boa no sentido de mostrar que nada melhorou em relação à Rio 92. Porém, mostrou-se afastada da base, “representou uma desconexão entre as ONGs e a população”.  
 
A decepção em relação à ONU também foi evidenciada por Kaiser. O agrônomo avalia que o órgão é impotente para resolver os problemas ambientais. O presidente do Movimento Roessler evidenciou que a dificuldade para o encontro de soluções se encontra no âmago das relações cotidianas. Lembrou que, o ser humano, muitas vezes, não consegue dialogar nem com seu vizinho. Para ele, também a Cúpula dos Povos, apesar do pluralismo, refletiu algo em si mesmo, sem alcance para a base da sociedade.  Ele ainda avalia que a humanidade não percebeu que as “leis da ecologia precisam ser seguidas”.
 
Kaiser aponta que as ações coletivas da sociedade são muito imaturas, se espera um “salvador da pátria” para a resolução dos problemas de maneira que a população se aliena de sua capacidade de mudança.
 
Na segunda parte da Terça Ecológica, o público presente também deu a sua opinião. Evidenciou-se um consenso perante a necessidade de oxigenar o movimento ambientalista com pessoas jovens que se empoderem também das causas ambientais. O poeta Pedro Marodin sensibilizou a todos com performance do texto “Parada Cardíaca”, falando sobre a destruição da biodiversidade em nosso país, por causa do agronegócio. 
EcoAgência Solidária de Notícias Ambientais

  
  
  
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