Untitled Document
Boa tarde, 28 de mar
Untitled Document
Untitled Document
  
Untitled Document
EcoAgência > Artigos
    
 
Quinta-feira, 06 de Agosto de 2015
  
Uma perspectiva sobre o futuro do Mercado de Carbono

A mitigação de carbono é necessária para atingirmos metas de redução de emissão de gases do efeito estufa, enquanto transitamos para uma economia de baixo carbono

  
Por Camilo T. Pedrollo
  
Mitigação de carbono é frequentemente uma ideia mal interpretada. Alguns dizem que empresas compram para terem permissão para poluir, no entanto, isso não é verdade. Mitigação é necessária para atingirmos metas de redução de emissão de gases do efeito estufa, enquanto transitamos para uma economia de baixo carbono. 
 
A ideia de ligar manejo florestal sustentável à economia global para combater mudanças climáticas foi introduzida na década de 1990. Os protocolos e acordos envolvendo dezenas de países signatários prometeram aumentar substancialmente os recursos financeiros direcionados para proteger florestas ameaçadas e transformar a maneira como o manejo florestal está ligado à economia de mercado. O Mercado Voluntário de Carbono (VCM em inglês) tem sido parte do diálogo internacional por mais de uma década.
 
O VCM florestal tem sido afetado pela atual instabilidade financeira global, pois é baseado em uma estrutura de negócios similar ao mercado de commodities, para o qual a falta de regulamentações internacionais tem sido prejudicial. Primeiramente os investimentos em VCM caíram e atores no mercado se tornaram alertas para o risco de segurar créditos de carbono que ninguém gostaria de comprar. A falta de clareza em questões fundiárias e de regulamentação de terras, combinadas com o fato de que créditos de carbono são ativos intangíveis, tornando a negociação virtual, fizeram com que os projetos envolvendo VCM ficassem bastante suscetíveis a fraudes.
 
Apesar disso, a demanda por projetos bem embasados e de alto impacto socioambiental vem aumentando. Transações dentro dos modelos REDD+ (redução de emissões por desmatamento e degradação ambiental) se tornarão cada vez mais fortemente reguladas, considerando Levantamento, Comunicação e Validação (MRV em inglês), requerimentos centrais dentro dos moldes de negociações postulados pela UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change).
 
O combate a mudanças climáticas através do setor florestal é uma atividade cara, envolvendo muitos custos que normalmente são evitados por investidores e negociadores de créditos de carbono. Sem uma coordenação eficiente, de preferência em nível nacional, uma larga proporção dos aportes financeiros são tomados pelos custos de transação, contratações técnicas e outros intermediários das cadeias de valor.
 
É preciso aprender com a experiência e avaliar precisamente o quanto que um aporte financeiro em REDD+ de fato afeta as condições da floresta. Assim, o futuro financeiro deste tipo de negociações poderá ser mais previsível, influenciando a atitude de países signatários de acordos de combate às mudanças climáticas, mais do que na expectativa de confiança de um investidor pontual. 
 
Em muitos países ainda existe uma lacuna de acesso a informações claras sobre VCM, REDD+ e mercado de carbono. É fundamental criar mecanismos e projetos que preparem terreno fértil em comunidades locais para que mais tarde recebam aportes financeiros internacionais de maior impacto. O Brasil já possui fundos com esse direcionamento e acredito que em um futuro próximo os projetos de REDD+ serão o grande metiê em termos de conservação ambiental, especialmente no tocante a Amazônia.
  
             
Untitled Document
Autorizada a reprodução, citando-se a fonte.
           
 
 
  
  
  Untitled Document
 
 
Portal do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul - Todos os Direitos reservados - 2008