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Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2010
  
Nota de Denúncia e Repúdio

A Rede Ambiental do Piauí vem a público denunciar e repudiar a visível manobra articulada a portas fechadas pelo governador do Piauí, Wellington Dias e pelo Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (ambos do PT), no sentido de tentar proteger a empresa JB Carbon, que grilou 114 mil hectares de terras públicas na última floresta do semi-árido do Nordeste, localizada na Serra Vermelha, no Sul do Piauí, e que vinha desmatando a mata nativa da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica da região, para produzir carvão. 

  
Por Rede Ambiental do Piauí
  

Nota de Denúncia e Repúdio 

A Rede Ambiental do Piauí vem a público denunciar e repudiar a visível manobra articulada a portas fechadas pelo governador do Piauí, Wellington Dias e pelo Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (ambos do PT), no sentido de tentar proteger a empresa JB Carbon, que grilou 114 mil hectares de terras públicas na última floresta do semi-árido do Nordeste, localizada na Serra Vermelha, no Sul do Piauí, e que vinha desmatando a mata nativa da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica da região, para produzir carvão.  
 

A manobra mascarada de “proteção aos ecossistemas” da região, consiste em não criar o Parque Nacional da Serra Vermelha, mas ampliar o Parque Nacional da Serra das Confusões, deixando de fora exatamente a área da JB Carbon, uma vez que a proposta do Grupo de Trabalho Técnico, instalado pelo próprio Ministro do Meio Ambiente, propôs um polígono com área de 436.995 hectares para esta ampliação e o que está sendo veiculado na imprensa, tanto nos sites oficiais do MMA e do governo do Piauí, quanto em outros sites, é que a ampliação do Parque Nacional da Serra das Confusões será de apenas 270.000 hectares. Fica clara dessa forma a existência de uma manobra para deixar de fora da ampliação proposta a parte mais importante da Serra Vermelha. 
 

Não questionamos a necessidade de se ampliar o Parque Nacional da Serra das Confusões, que já é a maior unidade de conservação na Caatinga e que mesmo assim precisa mesmo ser ampliada para proteger a rica biodiversidade ameaçada da região. Entretanto, deixar de fora a área mais nobre da Serra Vermelha é um absurdo e mostra existirem interesses e dívidas eleitoreiras entre o governador do Piauí e a empresa JB Carbon, uma das prováveis financiadoras da sua candidatura à reeleição para governador. Vale lembrar que quem comanda a JB Carbon é o empresário carioca João Batista Fernandes, conhecido do Ministro do Meio Ambiente, que também será candidato nas próximas eleições. 
 

É realmente muito estranho que o Ministro tenha formado um Grupo de Trabalho Técnico (anunciado publicamente pelo próprio Ministro durante a Semana da Mata Atlântica, realizada no Rio de Janeiro, em 2008 e depois oficializado através de portaria), com os mais capacitados técnicos do MMA, do ICMBio, do governo do PI e da Rede de ONGs da Mata Atlântica, para aprofundar os estudos na região sobre a importância biológica e propor o desenho do futuro Parque Nacional da Serra Vermelha e agora desconsidere todo o trabalho técnico realizado durante meses, que consumiram significativos recursos públicos, em troca de uma proposta sem fundamentação técnica e claramente eleitoreira. 
 

Levando em conta os discursos do Ministro Carlos Minc sobre “desmatamento zero e o jogo duro com os empresários devastadores”, chega-se a conclusão de que essas medidas não serão aplicadas no Piauí.

A sociedade piauiense e brasileira espera outro tipo de atitude por parte dos governantes. Que se crie o Parque Nacional da Serra Vermelha ou que se amplie o Parque Nacional da Serra das Confusões, mas com o polígono sugerido pelo Grupo de Trabalho Técnico, sem deixar nenhuma área de fora e muito menos por conta de negociatas de interesses escusos. 
 

Teresina (PI), 23 de fevereiro de 2010.  
 

Rede Ambiental do Piauí - REAPI

  
             
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