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Segunda-feira, 09 de Março de 2009
  
Crise Ambiental: Social, Econômica e Política

Temos de nos informar, entender este momento histórico, pois esta pode ser uma oportunidade para desenvolvermos um novo modelo de sociedade.

  
Por Renato Araújo
  

Atualmente, a crise financeira está no centro de todas as discussões nos meios de comunicação. Mas que crise é esta? Uma ótica pouco utilizada para a análise dessa crise, apesar de já estarmos no século XXI, é a visão ambiental. E não me refiro à qualidade da água, do ar ou o aquecimento global, mas sim do paradigma de desenvolvimento em que vivemos. Esta é uma crise global sistêmica, com influências no âmbito social, econômico e político. É o choque do desenvolvimento ilimitado com o do desenvolvimento sustentável.

A crença no progresso ilimitado, que busca o aumento do consumo, mobiliza toda a economia para a geração de demanda. Inclusive para alguns a cidadania e inclusão social se constata através do poder de consumo da população. Ao invés de analisar a existência de um sistema de saúde e educação dignas, seres humanos são analisados através do seu nível de consumo. Essa visão de mundo, calcada em valores individualistas e materialistas, é que gera as raízes da crise ambiental global.

Nosso sistema de produção é linear, tendo a crença que os recursos naturais são ilimitados e que o espaço para onde vão os resíduos no final do sistema seja também ilimitado. Enquanto o mundo pede que para ser sustentável nossa sociedade reduza o padrão de consumo, através do desenvolvimento de uma nova consciência ecológica, os incentivos gerados pela sociedade levam à situação oposta.

Neste momento de crise econômica e financeira, fica muito clara a insustentabilidade do modelo de desenvolvimento que estamos tomando. A realidade está vindo à tona, a crença do progresso infinito e ilimitado deve ser revista. Um dos intelectuais gaúchos que abordou essa questão, já na década de 80, foi o ecologista José Lutzenberger. O autor, em seu livro "Fim do futuro?", expõe a sua lúcida visão da realidade desenvolvimentista que nosso país já possuía naquela época. E neste momento estamos vivendo a utopia tecnocrata, que é a apontada por muitos como a culpada pela crise em que estamos.

Devido ao encadeamento dos eventos negativos desde a eclosão da crise em setembro do ano passado, podemos ver que esse nosso sistema de sociedade é completamente insustentável. Como nota-se agora com a falta de crédito e a estatização dos bancos dos EUA, como o Citibank. O mundo inteiro está em crise conjuntural, mas na realidade o sistema no qual nosso modo de produção esta baseado é que está em decadência estrutural.

Para chegarmos a alguma alternativa, temos de nos informar, entender este momento histórico, pois, esta pode ser uma oportunidade para desenvolvermos e implementarmos um novo modelo de sociedade. Onde a democracia funcione democraticamente, expandindo a cidadania efetivamente.

Com esse intuito o Mogdema, Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente estará realizando na terça-feira dia 10 às 19 horas no Auditório de Semapi Sindicato – Lima e Silva, 280, o seminário "Crise Ambiental: Social, Econômica e Política", que terá a participação do Professor Carlos Schmidt do Núcleo de Economia Alternativa (NEA/UFRGS), Martin Zamora do Grupo de Economia Solidária e Desenvolvimento, e Bernadete Menezes, Coordenadora Geral da Assufrgs. E com isso poderemos ter embasamento para discutir e tomar atitudes efetivas para provar que um outro mundo é possível.

Renato Araújo é ecologista e membro do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente - Mogdema.

  
             
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