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Terça-feira, 14 de Abril de 2015
  
Eu quero minha alface

Cabe, assim, aos governos estadual e municipais, em especial, incentivar a produção local, com garantias de crédito, assistência técnica

  
Por Adeli Sell
  

A professora ensina que tem que comer mais alface, mais verduras, mais legumes e mais frutas. E na prática o que ela faz? Ah, mora em apartamento? Que tal um vaso com tempero? Fala dos benefícios de uma folha de alface e do brócolis.   Mas onde está nossa alface?
 
No passado, todo mundo tinha - na cidade ou na roça - a sua "horta". Na atualidade, nosso horta é no supermercado, com passagem dos produtos pelas Ceasas. As hortas sumiram. Ou vão sumir por causa do desdém das autoridades. Sumiram e estão sumindo também os plantadores de hortifrutis. Tudo por causa de falta de incentivos reais.
 
Não tem ou falta muita mão de obra também. Ninguém quer trabalhar no ramo. É um trabalho sem moleza, sem muitos horários a escolher. Falta incentivo e orientação técnicas. Em certos locais até o pessoal da Emater opera milagres, fazendo das tripas coração; já noutros, nada fazem, tem má vnotade e desestimulam o produtor. Esta é a realidade.
 
Na gestão gaúcha da SDR - Secretaria do Desenvolvimento Rural - sob o comando do Ivar Pavan tivemos alguns bons avanços. Mas tirando isto, pouco se fez, pouco se faz, pouco se fará, a não ser que a gente tenha outra atitude de "bater na mesa", pensar na  fala da professora, quando ensina que devemos comer mais "verde", indo em busca das promessas, colocando em cheque a propaganda do PRONAF e a dificuldade em tê-lo.
 
Temos solo, temos clima, temos técnica. Somado tudo isto, plantamos que vai dar, com a certeza que os  governos farão sua parte, os sindicatos e cooperativas também. Temos como produzir ampla variedade de hortifrutis. Vamos estancar a busca destes produtos na Ceasa de Curitiba. Mesmo Porto Alegre acaba sendo distante para o nosso imenso interior.
 
Eu quero minha alface fresquinha, produzida por aqui, seja numa estufa ou na hidroponia. Não  quero salada murcha, velha, vinda sei lá de onde.
 
Além destes aspectos, temos que levar em conta os custos que vamos pagar na ponta: frete, perdas, falta de qualidade. Cabe, assim, aos governos estadual e municipais, em especial, incentivar a produção local, com garantias de crédito, assistência técnica.
 
Falando em assistência, tem que ter controle externo sobre a Emater, temos que garantir a existência das Escolas Técnicas Agrícolas, seja fisica e operacionalmente, quanto fazer concursos para professores, caso contrário vão fechar.
 
No financiamento, temos que exigir fim das burocracias para ter o Pronaf, que o governo federal fornece, mas os bancos trancam. Exigimos ajuda à pequena produção, mais incentivos em geral à produção de hortifrutis. E que ninguém nos atrapalhe em 2015.

*Adeli Sell é consultor e escritor.
 

  
             
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Autorizada a reprodução, citando-se a fonte.
           
 
 
  
  
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