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Quinta-feira, 22 de Agosto de 2013
  
In-formação: in-sumo à con-sumo. O caso dos Transgênicos - parte II

Aqui nunca encontrei uma análise com projeções de conveniências, cenários de situações, táticas e estratégias de tecnologia, comércio ou correção, repressão e educação, somente o remendo de afogadilho e “jogo de cena”. 

  
Por Sebastião Pinheiro
  
A informação é da cadeia de TV norte-americana CNBC em seu telejornal de 29 de maio, quando noticiou que fora encontrada contaminação transgênica em amostras de trigo RR cultivado clandestinamente no Oregon. Desde 2003 há um acordo entre as Câmaras de Trigo dos EUA, Canadá e Austrália para a não liberação do trigo transgênico, pois vários países ameaçaram suspender imediatamente suas compras (Japão e China). No ano seguinte a Monsanto requereu a permissão de cultivo de trigo transgênico nos Estados Unidos e Canadá, mas NEGADO em ambos os países.
 
Em 2009, Monsanto comprou a empresa Westbred LLC e  solicitou a autorização para instalar um campo experimental de trigo RR em Gallatin, em Montana e fez até um “dia de campo” através de seu técnico Doug Ryerson, de Great Falls,por Jim Gransberry (Billings Gazette).  Imediatamente a Western Organization of Resource Councils encomendou ao consultor Dr. E. Neal Blue o “A Review of the  Potential Market Impacts of Commercializing  GM Wheat in the U.S” -Janeiro de 2010 - mostrando as  desvantagens de mercado com a liberação do referido trigo. O documento agronômico é uma aula de estratégia, diplomacia, comércio exterior e agricultura.  Não sejam ingênuos, eles trabalham com a “Teoria dos Jogos”.  Qual é a jogada yankee?  Pergunto ao jornal gaúcho: Será que a Monsanto pretende fazer nos EUA o que conseguiu fazer na Argentina e Brasil?
 
Lá, Menen foi seduzido com a suspensão da necessidade de visto de entrada para os cidadãos argentinos caso aceitasse as sementes transgênicas sem travas, e, para precaver-se de uma invasão portenha, Clinton requereu que o Austral ficasse atrelado ao dólar por uma lei.  Menen fez mais, atrelou o Austral ao dólar por uma emenda constitucional.  Observem que a constituição argentina é de 1869.
 
Mas qual seria o enigma? No primeiro plano há uma ação entre transnacional e governo (U.S) No segundo, o enigma, na Argentina existe uma lei consuetudinária que é chamada de “Bolsa Blanca”.  Essa lei é do tempo do Senador Palácios e diz que um agricultor quando por razões econômicas, legais ou outras não puder comprar sementes no comércio, pode acordar com seus vizinhos e emprestar dele para o seu plantio sem nenhuma intervenção do Estado.  Ressalto que a Argentina já tinha produtores particulares de sementes registrados na época de Dom Pedro II.
 
O alvo estratégico norte-americano naquele momento era tirar aquele país e, também o Brasil da concorrência da soja convencional fazendo com que nossos vizinhos caíssem no engodo do visto de entrada e nós, através do contrabando da “Bolsa Blanca”,ficássemos fora do mercado privilegiado de interesse, com o EUA monopolizando o mercado convencional. 
 
Com logística Monsanto na Argentina e no Brasil se estabeleceu o cultivo de interesse.  Aqui trouxeram ilegalmente a famosa Agencia de Detetives Pinkerton para investigar clandestinamente o roubo de sua tecnologia (Passo Fundo, Santa Rosa e Cruz Alta) criando a propaganda subliminar para fascinar, e todos queriam conhecer e provar.
 
A maior malícia estava no preço da semente contrabandeada: 200 dólares a bolsa de 50 quilos (O preço da semente normal estava a 19 reais.).  Ninguém em sã consciência compraria uma semente que necessitaria de 18 sacos de grão de soja para pagá-la (o saco de grão de soja valia 11 reais).
 
O vice-governador foi alertado que, a indução logística era fazer que o agricultor colhendo o grão, o venderia como semente e a conta é simples: 200 dólares vezes o rendimento (30 ou 40 sacos) é igual a U.S$6000, ou U.S$8000,00 dólares/saco plantado (Somente o crime, a prostituição e corrupção permitem esta margem de lucro.).
 
Com esta indução maliciosa passavam nas fronteiras secas passavam mais de 250 caminhões de “bolsa blanca” por noite.  Na Estação Experimental de Santo Augusto um técnico contrabandista fazia pesquisa privada para a empresa desrespeitando a constituição, lei (N.9453/91-  Projeto assinado pelo Dep. Beto Albuquerque) e Decreto N. 39.314/99, mas sequer sofreu procedimento administrativo... A proposta estratégica, que o governo estadual comprasse toda a semente transgênica para impedir sua reprodução e recorresse a justiça para a transnacional pagar por seu crime. 
 
Com o agricultor multiplicando a semente, a transnacional não precisaria ter o custo de produzir a semente, pois dez anos depois a justiça garantiria seus direitos legais (100 milhões) apropriando-se da mais-valia do agricultor que a multiplicou gratuitamente, sobre um crime de contrabando induzido e manipulado por ela mesma, como no feudalismo.
 
No Fórum Estadual de Transgênicos, em Santa Maria uma conhecida RP gritava: Quero ver vocês se negarem a receber a mala de dinheiro! Junto estava um deputado agrônomo recém-formado, que estava fazendo uma lei para liberar os transgênicos, sem noção de biologia molecular, confundindo informação, insumo e consumo de cidadania fez a lei.  
 
No vídeo postado no Facebook é possível observar a indignação do repórter da rede CNBC ao anunciar o risco da contaminação transgênica no trigo para todos os milhares de triticultores, bem diferente do comportamento da matéria do jornal local e comportamento da rede de TV nacional.  Lá há Congresso, Ministério da Justiça e Executivo que saberão executar as medidas de estado e governo pertinente conveniente e quando conveniente se une até com a máfia.
 
Aqui nunca encontrei uma análise com projeções de conveniências, cenários de situações, táticas e estratégias de tecnologia, comércio ou correção, repressão e educação, somente o remendo de afogadilho e “jogo de cena”. O cúmulo ocorreu em Santa Cruz do Sul: a uma pergunta técnica sobre transgênicos a resposta da repórter (hoje congressista): “Se o senhor pensa assim é um terrorista”. Não disse extremista ou radical; estranho, muito estranho.  Professores universitários tratavam o tema como torcedores da geral da Arena/Beira-Rio sem as análises sistemáticas e estratégicas pertinentes.
 
Reitero, não estranho o enfoque ressaltado na matéria do jornal local, mas lembro de outra época, com o contrabando em sentido inverso durante a Segunda Guerra Mundial, quando havia jovens da FEB combatendo depararam com pneus “brasileiros” nos carros de combates nazi-fascistas...
 
De um cacique guarani (Paraguai fronteira com a Bolívia) escutei: “Toda Comodidade é cara e aliena. Nossas crianças sabem o valor das coisas, enquanto o branco procura o menor preço para ter mais”.  Consuetudinário é a informação consolidada no seu uso para o bem público.  Isso nunca houve nos Estados Unidos.  Será o trigo australiano a esperança?  Para quem..?  E a consciência..? Na eugenia mercantil tudo são “input” e ruído.  Sim, gente faz ruído e não é “output...”                     
  
             
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