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Direitos dos Animais

Quarta-feira, 01 de Abril de 2015

 
     

Alemanha: produção industrial de ovos exige morte de bilhões de pintos

  

Quando ovos de galinha se abrem nas chocadeiras industriais, os operários logo os separam em dois grupos. Fêmeas são colocadas em caixas e enviadas para fazendas de criação; e futuros galos são triturados ou asfixiados

  

Reprodução     
Filme "Servidão Moderna" (2009) mostra o destino dos animais


Por Deutsche Welle

Todos os dias, em toda a Alemanha, são mortos milhares de pintos com apenas um dia de vida. A razão é que, sendo machos e, portanto, incapazes de pôr ovos, não é economicamente viável deixá-los crescer e alimentá-los.

Quando os ovos de galinha se abrem nas chocadeiras industriais, os operários logo os separam em dois grupos. As fêmeas vão para a esteira rolante da direita, sendo depois colocadas em caixas e enviadas para as fazendas de criação. Os futuros galos acabam na esteira da esquerda, onde uma rampa de aço os leva para a morte certa.

"Há as galinhas para corte e as galinhas poedeiras, que põem ovos em grande quantidade", explica Marius Tünte, da organização alemã de proteção dos animais Deutscher Tierschutzbund. "Portanto os machos em meio às futuras poedeiras não têm nenhum valor econômico. E a decisão da indústria foi matar todos eles."

Asfixia ou trituração
Mais de 40 milhões de pintos são mortos desse modo na Alemanha a cada ano, em escala mundial são 2,5 bilhões. Segundo Tünte, esse é um efeito da especialização crescente no setor agroindustrial. Os pintos machos são ou triturados vivos numa espécie de fragmentadora dotada de múltiplas lâminas afiadas, ou asfixiados com dióxido de carbono.

"Em ambos os casos, muitas vezes os animais sofrem antes de morrer", afirma Marius Tünte. "Na trituradora, ocasionalmente um ou outro animal ainda sobrevive, gravemente ferido. E nos vídeos da morte por gás, dá para ver claramente como eles lutam pelo ar antes de morrer."

Os cadáveres são então moídos e transformados em farinha, antes de serem incinerados. Parte dos que foram asfixiados servem de alimento para aves de rapina nos zoológicos, mas, de acordo com o Deutscher Tierschutzbund, trata-se de uma percentagem pequena.

"Orgânicas" também fazem parte do sistema
Só depois dessa primeira seleção pelo sexo, a indústria decide quais pintos crescerão em gaiolas e quais se transformarão em "galinhas orgânicas". Como os criadores orgânicos compram seus animais dos mesmos criadores, eles participam do cruel sistema, como os demais.

"No momento, não há alternativa no mercado", argumenta Gerald Wehde, porta-voz da associação alemã de alimentos orgânicos Bioland. Portanto não há como escapar: "Tudo o que podemos fazer é tentar aliviar um pouco a situação."

Mas também os próprios fabricantes de ovos mandam abater as galinhas depois de um ano, quando começam a mudar as penas e suspendem a postura. A Bioland aconselha seus membros a deixá-las viverem um pouco mais, pois, após completar a muda, elas voltam a pôr ovos, embora em menor quantidade.

Se se mantivessem as galinhas durante a segunda fase de postura, os fazendeiros não teriam que comprar tantas cabeças, defende Wehde. "Aí poderíamos pelo menos reduzir o número dos pintos assassinados, se não dar fim a ele."

Em choque com a lei
De acordo com o Parágrafo 1º da Lei de Proteção dos Animais da Alemanha, eles só podem ser abatidos para um fim útil. Muitos ativistas e até alguns advogados questionam se tal se aplica aos pintos de um dia.

No entanto, a prática continua sendo mantida. Uma diretriz da União Europeia estipula como o abate deve se realizar: as trituradoras não podem estar superlotadas e que os pintos devem ter menos de 72 horas de vida na ocasião do abate.

Interpelado pela DW, o Ministério alemão de Alimentação e Agricultura declarou em nota que "matar os pintos de um dia deveria ser o último recurso depois que tiverem sido esgotadas todas as outras possibilidades de uso dos animais". Segundo o setor, contudo, não haveria alternativa, além de uma engorda não lucrativa.

Solução científica?

Leia o restante da Reportagem da DW

Deutsche Welle, parceira da EcoAgência de Notícias

  
  
  
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