Por Eleutério Guevane - Rádio ONU Com a chegada de 2015, o prazo final para o cumprimento das Metas do Milênio, cerca de 2,4 bilhões de pessoas ainda estarão vivendo sem saneamento básico. A constatação faz parte de um relatório, divulgado nesta segunda-feira, por duas agências da ONU: a Organização Mundial da Saúde, OMS, e o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef. O documento "Progresso sobre Saneamento e Água Potável 2013 – Atualizado", indica que o número de pessoas desatendidas equivale a um terço da população mundial.
Entre os países de língua portuguesa, o relatório sugere que Angola está tentando reduzir a uma taxa de 3,8% a prática de fezes a ceu aberto. Nesta entrevista à Rádio ONU, de Genebra, a diretora da OMS para Saúde Pública e Meio Ambiente, Maria Neira, disse que o continente africano precisa de mais atenção. Ela falou sobre a situação do Brasil no combate à falta de saneamento. "O Brasil está a fazer um esforço muito grande no acesso à água potável onde tem feito esforços importantíssimos no saneamento também. Com o desenvolvimento econômico do país confiamos que a mesma velocidade para esse desenvolvimento econômico e social se possa acompanhar com resultados para a saúde das pessoas. Neste sentido, o acesso ao saneamento é uma das prioridades para a saúde".
Nos demais países de língua portuguesa, Guiné-Bissau melhorou 40% no saneamento e Cabo Verde 25%. Segundo o relatório, desde 1995, o Brasil garantiu acesso ao saneamento a 23% da sua população. Moçambique e Timor-Leste estão com 12% e 11% respectivamente de taxas de melhorias. Se o ritmo de falta de progressos na área de saneamento continuar, a Meta do Milênio que prevê a redução pela metade até 2015, não será cumprida. Desde 1990, apenas 8% deste objetivo foram atingidos.
Já a meta sobre acesso à água potável foi superada em 2010, de acordo com as agências da ONU na área. O Unicef diz que a situação é de emergência e não menos terrível do que "um forte terremoto ou tsunami." O diretor Global do Programa de Água, Sanjay Wijesekera, lembrou que centenas de crianças morrem todos os dias por falta de saneamento.
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