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Rio+20

Quinta-feira, 21 de Junho de 2012

 
     

Além do PIB

  

Com o objetivo de mensurar o desempenho socioambiental de diferentes nações, a ONU apresentou no domingo (17), na Rio+20, um novo indicador econômico: o Índice de Riqueza Inclusiva.

  

Sxc.hu/ diesel_sto    


Por Henrique Kugler - Ciência Hoje On-line / RJ

Crescer, crescer e crescer. Esse é o mantra que vem pautando a economia do mundo contemporâneo ao longo das últimas décadas. Não por acaso, geralmente é o PIB (Produto Interno Bruto) o indicador econômico mais reverenciado pelas nações e por seus respectivos dirigentes e líderes. Mas não é novidade alguma que só o PIB, pura e simplesmente, pouco diz sobre o grau de evolução social e ambiental de um país. Afinal, crescimento não é sinônimo de desenvolvimento – e a história de “fazer o bolo crescer” para somente depois dividi-lo já se mostrou falaciosa.

Por essas e outras, uma equipe de economistas da Universidade das Nações Unidas (UNU) e do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), apresentou, no domingo (17), um novo indicador: o IRI (Índice de Riqueza Inclusiva). “É uma nova medida de progresso econômico, que agora inclui, entre outros fatores, o capital natural e o capital humano”, disse o subsecretário-geral e reitor da UNU, Konrad Osterwalder.

Os criadores do IRI destacam que o avanço econômico tradicional se baseia, essencialmente, na depredação dos recursos naturais do planeta. “Mas por quanto tempo uma economia pode crescer se não levar em conta a finitude de seus recursos?”, questionam os economistas.

À luz do conceito de limites do planeta, disseminado pelo pesquisador e ambientalista sueco Johan Rockström, do Stockholm Environment Institute, a abordagem parece fazer sentido.

Primeiro relatório

Na carona do lançamento do IRI, os economistas apresentaram ao público o Relatório de Riqueza Inclusiva 2012, primeiro estudo baseado no novo indicador. Foram analisados 20 países, e aqui vão alguns dos dados mais comentados: a medir pelo PIB, as economias da China, Estados Unidos, Brasil e África do Sul cresceram, respectivamente, 422%, 37%, 31% e 24% entre 1990 e 2008. Mas se medirmos o desempenho econômico de acordo com o IRI, essas mesmas economias cresceram apenas 45%, 13%, 18% e -1%.

Das 20 nações analisadas, 19 mostraram redução nas taxas de recursos naturais per capita. O único país que apresentou saldo positivo em seu capital natural foi o Japão – o que aconteceu, segundo os economistas, em função do aumento da cobertura florestal do país.

Avanço?

“A Rio+20 é uma oportunidade para deixarmos de entender o PIB como única medida de prosperidade no século 21”, afirmou o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner. “Mensurar as questões sociais, a integridade dos recursos naturais e o bem-estar humano deve ser prioridade para iniciarmos a transição que almejamos”, concluiu.

O novo indicador apresentado responde – pelo menos em parte – a uma antiga demanda das comunidades civil e acadêmica. A formulação do conceito foi iniciada em 2008, e a ideia a partir de agora é que novos relatórios sejam lançados a cada dois anos. “O IRI obviamente não responde a todas as perguntas que gostaríamos de fazer, mas é preciso considerar que, por hora, seu grande mérito é o simples fato de ser um novo indicador diferente do tradicional”, disse o economista Anantha Duraiappah, da UNU.

Falando em indicadores, vale dar uma olhada no que fez o rei Jigme Singye, soberano do pequeno e distante reino do Butão, cravado nos Himalaias. Por lá, deixaram o PIB em segundo plano; e passaram a perseguir uma meta “econômica” bem menos comum, contabilizada por um indicador nada ortodoxo: a FNB (Felicidade Nacional Bruta). Em tempos de Rio+20, a ideia até poderia parecer atual – se não houvesse sido colocada em prática no distante ano de 1972.

Ciência Hoje On-line - RJ/ EcoAgência

  
  
  
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