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Por Henrique Kugler - Ciência Hoje A matriz solar parece estar entre as grandes apostas do setor energético mundial. Uma das tecnologias promissoras é conhecida como DSC (dye-sensitized solar cell), que se refere, em tradução livre, a células solares sensibilizadas por corantes. Em vez das tradicionais células de silício, opta-se por materiais alternativos – em geral dióxido de titânio, associado a diferentes polímeros. Para melhor aproveitamento da luz solar, os dispositivos são combinados a diferentes corantes, e pigmentos naturais vêm se mostrando promissores nesse tipo de aplicação.
No Brasil, quem vem se interessando por essa tecnologia é a estudante de engenharia ambiental Natasja Dantas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Em seu projeto de iniciação científica, ela pretende pesquisar a aplicação dos pigmentos de diversos vegetais cultiváveis em nosso território. O estudo ainda está em fase inicial. Mas, há poucos meses, a estudante observou sinais animadores: pigmentos encontrados na cenoura e na beterraba mostraram-se eficientes para melhorar o desempenho das células ao produzir voltagem. "Nos próximos meses, pretendemos estudar diversas frutas, legumes e verduras para avaliar quais são as alternativas mais promissoras nestas aplicações", diz Dantas.
Vantagem da DSC, segundo Dantas, é que, além de bom custo-benefício, pode funcionar com luz difusa – ao contrário das células de silício. A eficiência verificada por cientistas ainda gira em torno dos 11%, o que é pouco se comparado às células de silício, que já chegam a 30% de aproveitamento energético. "Há um costume ruim no Brasil que é a centralização da produção energética em grandes projetos", critica a estudante. Segundo ela, o país deve acordar para a geração descentralizada, a exemplo do que se faz na Alemanha. "Para isso, a energia fotovoltaica é uma excelente opção."
Ciência Hoje/EcoAgência
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