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Economia

Quarta-feira, 04 de Julho de 2012

 
     

Crescimento populacional e o desafio da alimentação

  

O planeta já abriga 7 bilhões de pessoas. Alimentar tanta gente é possível, dizem os especialistas, mas é necessário aumentar a produtividade de solos e sementes. E comer menos carne também ajuda.

  

Colheita de trigo na Alemanha


Por Deutsche Welle

A população do planeta cresce em 83 milhões de pessoas por ano: um pouco mais do que o total dos habitantes da Alemanha. Caso essa tendência se mantenha, em 2050 já haverá 9 bilhões de pessoas no mundo, e até o final do século serão mais de 10 bilhões. Para saciá-las, seria necessário pelo menos duplicar, se não triplicar, a produção agrícola nos próximos 40 anos. Será possível alcançar essa meta com os recursos limitados de nosso planeta? Segundo o professor de agronomia Harald von Witzke, da Universidade Humboldt de Berlim, a resposta é "sim".

Mas um "sim" seguido de um "porém". O enorme crescimento da produção agrícola nas últimas décadas deve-se 80% ao aumento da produtividade. Apenas 20% são o resultado da ampliação das áreas agricultáveis. "No futuro, precisaremos investir ainda mais no aumento de produtividade para satisfazermos as crescentes necessidades humanas de alimento. O solo será, cada vez, um fator limitante para a produção de gêneros alimentícios", diz Von Witzke.

No momento, 40% da superfície terrestre são usados para a agricultura. Uma área de 16 milhões de quilômetros quadrados – o tamanho da América do Sul – é dedicada aos cereais; 30 milhões de quilômetros quadrados – a superfície da África – são pastos. Os melhores solos, os mais férteis, já são cultivados. Em diversas regiões não existem mais reservas de terra passíveis de utilização na produção de alimentos.

As nações em desenvolvimento são a exceção. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), nelas apenas um terço da superfície teoricamente agricultável é cultivada de fato. Entretanto, até mesmo por questões de proteção ao clima global, não se pode considerar a transformação de florestas e mangues tropicais em áreas de cultivo.

Fator fundamental: a água

A alternativa que fica é o aumento da produtividade – uma alternativa, no entanto, comprometida e freada por diversos fatores. Em primeiro lugar encontram-se os dois elementos encarecedores água e energia. A agricultura consome as maiores quantidades de água em todo o mundo.

Previsivelmente, a escassez do ouro azul deverá ser o tema central dos próximos anos, observa o vice-diretor geral da FAO, Alexander Müller. "Estudamos a distribuição da água pela superfície terrestre e constatamos que a falta de água será mais grave nas zonas com maior crescimento demográfico." Isso significa que, justamente nos países em que a produção de alimentos precisa aumentar, faltam os requisitos básicos.

Uma das fórmulas para a solução é "eficiência", como propõe o estudo da equipe internacional de pesquisa da Universidade de Minnesota encabeçada por Jonathan Foley. No futuro, só as terras que realmente valem a pena devem ser irrigadas e fertilizadas. Por exemplo, em territórios áridos não deveriam mais ser cultivadas plantas que necessitem muita água.

No tocante à fertilização, pesquisas demonstraram que a metade dos adubos empregados em todo o mundo simplesmente acaba penetrando solo adentro, em vez de nutrir as plantas. Um desperdício que também acarretou a duplicação das taxas de fósforo e nitrato no meio ambiente, o que, por sua vez, causa a poluição da água: um círculo vicioso que deve ser rompido a todo custo.

Para elevar a atual produtividade, são necessárias, acima de tudo, melhores espécies vegetais e melhores métodos de plantio. Segundo o estudo de Minnesota, com isso já seria possível aumentar em 60% a produção global de alimentos.

"Melhores espécies" significa, por um lado, cereais e verduras especialmente produtivos e resistentes às condições climáticas rigorosas. Por outro lado, cabe elevar o potencial nutritivo desses vegetais, pois já hoje a carência alimentar é um problema. Leguminosas contendo mais ferro, painço com mais zinco, batatas, milho e arroz com maior quantidade de provitamina A: isso poderia ser alcançado pelo desenvolvimento de novos cultivares ou também pela engenharia genética.

Leia o restante da reportagem da DW

Deutsche Welle, parceira da EcoAgência de Notícias

  
  
  Comentários
  
Eliege M. Fante - 06/07/12 - 15:25
amigos nejianos, acredito que a abordagem sobre a fome está equivocada nessa notícia, pois ela coloca os bens naturais como recursos, apresenta uma visão economicista (não lembro se é economista, mas o jargão é esse, como do ladislau dowbor). o gasto, o consumo em excesso, o desperdício que é responsável pela escassez e não a maior quantidade de pessoas, isso é fato, inclusive foi discutido no evento FIGA/ARI o qual participamos em 2010, onde esteve presente um demógrafo brasileiro e apresentou dados, estes dados existem realmente, mas não é interesse do sistema capitalista veicular. além da violenta desigualdade social, os países ricos gastam muito mais "recursos" do que a natureza pode suportar então, acho uma injustiça querer controlar/limitar/impedir a vida na Ãfrica, etc, em continentes e países pobres. a FAO defende as políticas pros ricos, lembrem que na Cúpula dos Povos mesmo foi lançada a campanha pra desmantelar o poder das corporações sobre a ONU. lembrem tb que a mesma FAO chama de florestas plantadas os monocultivos arbóreos de eucaliptos e pinus, permitindo que saiam por ai dizendo que estão reflorestando através das monoculturas.
  
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