Diante de tantas informações sobre queimadas e desmatamento no Pantanal e na Amazônia, a devastação de outros biomas brasileiros pode passar despercebida por grande parte da população. Mas, ela está acontecendo, inclusive aqui no Rio Grande do Sul. A live “Destruição do Pampa – O mapa dos riscos que podem fazer do nosso bioma terra arrasada” conta com a participação do professor e pesquisador Valério Pillar, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Pillar coordena a Rede Campos Sulinos, que reúne pesquisadores do Sul do país que se dedicam ao estudo da área. A organização do evento é do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ-RS), com apoio do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental (GPJA) e da Fabico/UFRGS.
Ocupando 63% do território do Rio Grande do Sul, incluindo o sul e parte do oeste, o Pampa é um dos menores biomas nacionais, tanto em tamanho como em área proporcional de vegetação nativa ainda existente. Nas áreas ainda conservadas predominam campos nativos de diferentes tipos, variando conforme o relevo e o tipo de solo. Também estão presentes outros tipos de vegetação como butiazais, formações de espinilho, vassourais, capões, matas em galeria ao longo dos rios, banhados, entre outros. Parte dessa vegetação está incluída nas áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade reconhecidas pelo Ministério de Meio Ambiente desde 2004, representando não somente áreas de interesse ecológico, mas também paisagístico e como patrimônio biológico e cultural.
Entretanto, boa parte dessa biodiversidade está sendo ameaçada pela acelerada conversão da vegetação nativa. Originalmente, os campos cobriam cerca de 84% da área do bioma considerando apenas ecossistemas terrestres. Segundo estimativas de pesquisadores do Centro de Ecologia da UFRGS, do projeto MapBiomas, 39% dessa área já tinham sido perdidos até 1985 e mais da metade (53%) até 2018, devido à conversão em lavouras, pastagens cultivadas e plantações de árvores exóticas. Em algumas regiões a área de remanescentes campestres foi praticamente dizimada, comprometendo a conservação da biodiversidade local.
Atualmente, cresce a ameaça decorrente de atividades de mineração de metais e de carvão mineral no bioma Pampa, incluindo algumas áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade - em especial nos municípios de Caçapava do Sul, Lavras do Sul e São José do Norte – o que implica em riscos irreversíveis para ecossistemas, modos de vida e espécies de flora e fauna, em especial àquelas ameaçadas de extinção.
Serviço:
O que: Terça Ecológica | Destruição do Pampa – O mapa dos riscos que podem fazer do nosso bioma terra arrasada
Convidado: Valério Pillar, professor e pesquisador do Departamento de Ecologia da UFRGS
Quando: 29 de setembro
Horário: 18h às 19h
Onde acessar: facebook.com/ecoagenciadenoticias
Realização: Núcleo de Ecojornalistas do RS (NEJ-RS)
Apoio: Fabico/UFRGS 50 anos e Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental (GPJA)