No paradisíaco vilarejo de Çamburnu, banhado pelo mar Negro, um depósito de lixo de proporções gigantescas ocupa uma área onde antes havia plantações de chá. Além do mau cheiro insuportável, o lixão ameaça contaminar o solo de toda a região. As autoridades locais não adotaram as medidas de proteção ambiental mínimas. Aapenas uma lona plástica foi colocada sobre o solo, antes de todo tipo de lixo passar a ser depositado no local. Para os moradores, há apenas duas opções: abandonar a área ou lutar contra a falta de ação dos políticos.
O lixão e a luta dos moradores locais contra a poluição é o tema do novo filme do cineasta alemão de origem turca Fatih Akin, um documentário que levou cinco anos para ser concluído. Em Der Müll im Garten Eden (O lixo no Jardim do Éden), o cineasta dá voz principalmente aos moradores e ao prefeito do vilarejo, que lutam contra esse descaso ambiental. As mulheres são as que mais se esforçam para pressionar os políticos. Mas os argumentos delas – de que a água será contaminada e os campos ficarão estéreis – não surtem efeito. O depósito de lixo toma forma.
Primeiro é cavada uma fossa enorme, depois coberta apenas por uma fina lona de plástico. Numa das cenas, o prefeito do vilarejo explica, enquanto percorre a área destinada ao lixão, que o tráfego de caminhões que abastecem o depósito já basta para danificar a camada de plástico. Mais adiante, o filme mostra como o lixo é jogado na fossa. Com as fortes chuvas, forma-se um lodo que exala um mau cheiro constante. Muitos animais, especialmente corvos, revolvem o lixo e o espalham pelos campos ao redor.
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