Untitled Document
Bom dia, 29 de mar
Untitled Document
Untitled Document
  
EcoAgência > Notícia
   
Observatório de Jornalismo Ambiental

Segunda-feira, 28 de Março de 2022

 
     

Microplásticos no corpo humano: como ampliar a pauta sobre um estudo científico?

  

Além de publicizar seus resultados, veículos e jornalistas podem utilizar as pesquisas como mote para pautas que conectem as descobertas recentes a problemas sociais e ambientais de longa data

  

Captura de tela do site RFI    


Por Débora Gallas Steigleder*

A constatação inédita da presença de micropartículas de plástico no sangue humano é um importante alerta nas áreas de saúde e meio ambiente. Uma matéria da agência de notícias RFI publicada em 25 de março, que trata de estudo holandês sobre o tema, repercutiu em veículos nacionais, como a Folha.

O texto destaca que mais da metade das amostras de sangue dos voluntários contém vestígios de PET (polietileno tereftalato), um dos tipos de plástico mais comuns em nossa rotina por ser utilizado na fabricação de garrafas e fibras de poliéster. Assim, os dados por si só são capazes de alertar o leitor para a exposição cada vez maior do nosso organismo à infinidade de resíduos gerados pela indústria.

É necessário, porém, que o jornalismo estabeleça novas relações com as pesquisas científicas. Além de publicizar seus resultados, veículos e jornalistas podem utilizá-las como mote para pautas que conectem as descobertas recentes a problemas sociais e ambientais de longa data.

No caso brasileiro, por exemplo, é viável ampliar pautas conectadas à responsabilidade compartilhada por setores privado e público e cidadãos na geração, consumo e descarte de materiais recicláveis ou não recicláveis. Essas atribuições são previstas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, implementada em 2010, mas da qual a indústria ainda se esquiva, como destaca texto recente deste Observatório sobre o setor têxtil.

Além da evidente problemática ambiental referente à produção excessiva de novos itens e ao descarte incorreto desses materiais, falar sobre resíduos é falar também sobre o sustento de famílias que trabalham com a reciclagem. Em um Brasil empobrecido, é mais do que pertinente traçar um paralelo entre a escassez do alimento que nos mantêm vivos e a abundância de substâncias que envenenam nosso corpo.

 

 

*Texto produzido no âmbito do projeto de extensão "Observatório de Jornalismo Ambiental" por integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental (CNPq/UFRGS). A republicação é uma parceria com o Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ-RS). Débora Gallas Steigleder é jornalista e doutora em Comunicação e Informação.

 

 

 

 

 

 

 

 

OJA - EcoAgência

  
  
  
Untitled Document
Autorizada a reprodução, citando-se a fonte.
 
Mais Lidas
  
Untitled Document
 
 
 
  
  
  Untitled Document
 
 
Portal do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul - Todos os Direitos reservados - 2008