O Peru, país da América Latina e que faz fronteira com o Brasil, conseguiu em apenas 50 anos proteger 25% do seu território com unidades de conservação, geridas por um sistema próprio nacional e com legislação específica. De 1961, quando foi criado o primeiro parque nacional, até agora, são 20 milhões de hectares, distribuídos em 75 unidades de conservação.
“Avançamos muito nesse período, mas a luta é gigante frente às ameaças constantes que as áreas protegidas sofrem”, afirmou Robert Williams, diretor científico da Sociedade Zoológica Frankfurt, organização que atua com conservação e áreas protegidas no Peru desde 1972. Ele fez palestra sobre “Modelo de gestão de áreas protegidas no Peru” no terceiro dia (26) do VII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, que se realiza em Natal no Rio Grande do Norte. O VII CBUC é promovido pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
Segundo Williams, no Peru as áreas protegidas são geridas pelo Ministério do Meio Ambiente, que mantém o Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas pelo Estado Peruano. As 75 áreas públicas são administradas por esse serviço, que conta com 870 guardas florestais e equipes de apoio que fazem a fiscalização dessas áreas. Além dessas unidades, existem também outras categorias de unidades de conservação como as Reservas Territoriais, as Concessões e as Áreas Privadas.
Apesar da fiscalização por parte do Governo do Peru, as áreas protegidas sofrem constantes ameaças e pressões externas de empresas que exploram a mineração em regiões próximas as reservas territoriais, no Leste do Peru, próximo à fronteira com o Brasil. Williams ressaltou a importância da proximidade entre as organizações não governamentais com o governo para intensificar a proteção dessas áreas. “O trabalho que a Sociedade Zoológica de Frankfurt desenvolve no Peru é apoiar o manejo em pelo menos sete dessas unidades de conservação no país”, disse o diretor da organização.
A Sociedade Zoológica de Frankfurt atua no Peru desde 1972, com programa multidisciplinar que inclui treinamento e formação de mão de obra, desenvolvimento da infraestrutura, monitoramento biológico e ambiental, planejamento de turismo, educação ambiental e pesquisa qualificada. “Essa conexão entre governo e organizações pode resultar em relacionamento produtivo que fortalece o manejo das áreas protegidas”, salientou.
