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Domingo, 05 de Junho de 2016

 
     

População de jaguatiricas na Amazônia é menor que a esperada

  

Na primeira estimativa sobre a espécie na região, estudo do Instituto Mamirauá identificou 25 animais em cada 100 km². Dados serão usados para avaliar riscos de extinção e planejar ações de conservação.

  

Divulgação / Instituto Mamirauá    
A jaguatirica (Leopardus pardalis) é um dos felinos selvagens com população mais abundante entre o sul dos Estados Unidos e o norte da Argentina


Por Ascom - MCTIC

 A jaguatirica (Leopardus pardalis) é um dos felinos selvagens com população mais abundante em sua área de distribuição, que vai do sul do estado do Texas, nos Estados Unidos, ao norte da Argentina. Na Amazônia, porém, a densidade demográfica do felino é menor do que a esperada para a região. É o que aponta uma pesquisa feita pelo Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, localizada em Tefé (AM). O levantamento feito na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã é o primeiro registro da estimativa de densidade dessa espécie na Amazônia brasileira.

Os resultados foram publicados em um artigo na revista científica internacional PloS One. Um dos autores do estudo e pesquisador associado do Instituto Mamirauá, Daniel Rocha, destacou que a densidade média na Amazônia é de 25 animais a cada 100 km². O dado contribui para o desenvolvimento de uma estratégia de conservação da espécie.

"Esse estudo trouxe um pouco de luz sobre a ecologia da jaguatirica na Amazônia brasileira e serve como uma referência inicial para medir futuros impactos de conservação na Reserva Amanã. Apesar de ser uma das espécies de carnívoros mais abundantes no Brasil, ainda faltam informações básicas da sua ecologia e dos padrões de distribuição", afirmou.

O artigo reforça que, apesar de a estimativa ser menor que a esperada pelos especialistas, a densidade da espécie na área estudada parece estável, sem aumento ou redução significativa durante o período da análise, feita entre 2013 e 2015. Para alcançar a estimativa, a equipe de pesquisadores instalou armadilhas fotográficas, que cobriram uma área de 130,8 km². Foram feitos 93 registros de jaguatiricas no período.

De acordo com Daniel Rocha, a espécie foi muito caçada nas décadas de 1960 e 1970 em função do comércio internacional de peles. Atualmente, a jaguatirica é considerada "menos preocupante" na lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção da International Union for Conservation of Nature (IUCN).

"A jaguatirica é considerada o felino silvestre mais abundante no Brasil. Por isso, acredita-se que ela tem um papel importante nos ecossistemas onde habita e na dinâmica das populações de outras espécies de felinos silvestres. O desmatamento e a perda de habitat são, hoje, as maiores ameaças para a espécie", reforçou o pesquisador.

A metodologia utilizada para estimar a densidade das jaguatiricas foi a mesma que o Mamirauá usou para a pesquisa de onças-pintadas. No artigo, os autores reforçam que "o estudo corrobora a noção de que amostragens com armadilhas fotográficas projetadas para felinos maiores podem ser usadas para estimar a densidade de espécies menores, otimizando os recursos destinados à conservação."

Daniel explicou ainda que, nos casos de espécies sem informações sobre densidades populacionais, os dados sobre conservação são baseados na extensão da área de distribuição geográfica, como explicou Daniel.

"Saber onde determinada espécie ocorre é importante, porém, não é suficiente para entender o real estado de conservação da mesma. Informações sobre densidades populacionais ao longo do tempo e em diferentes localidades são extremamente importantes para a avaliação dos riscos de extinção e planejamento de ações de conservação. No entanto, ainda existem grandes lacunas de conhecimento sobre a situação da população da maioria destas espécies de carnívoros", disse.

Também participaram do estudo os pesquisadores Emiliano Esterci Ramalho e Renata Ilha, do Instituto Mamirauá, Rahel Sollmann, da Universidade da Califórnia (EUA), e Cedric Tan, da Universidade de Oxford (Reino Unido).

MCTIC - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

EcoAgência/MCTIC

  
  
  
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