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Biodiversidade

Quarta-feira, 02 de Maio de 2012

 
     

Arara maracanã-verdadeira pode estar ameaçada de extinção

  

Fundação Grupo Boticário financiou projeto que estuda a espécie na caatinga.

  

Arara maracanã-verdadeira


Por Fundação Grupo Boticário

Uma nova pesquisa realizada na Caatinga afirma que a arara maracanã-verdadeira (Primolius maracana), pode entrar para a lista das espécies ameaçadas de extinção. O estudo, financiado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, foi comandado pelo pesquisador Mauro Pichorim, da Fundação Norte-rio-grandense de Pesquisa e Cultura – FUNPEC da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.

De acordo com ele, a maracanã-verdadeira é da família dos papagaios e tem distribuição pontual em quase todo o Brasil. Todavia, o fato de a espécie ocorrer em várias localidades do país não significa ausência de pressões quanto a sua conservação, afinal são poucos indivíduos e as populações têm diminuído. “Na década de 1980, por exemplo, ela era mais frequente em São Paulo. Agora, consideramos que ela desapareceu da região. Da mesma forma acontece no Paraná, onde ela já não é mais encontrada”, explica.

Segundo Pichorim, é difícil explicar com certeza o porquê dessa situação. A teoria mais aceita é que isso seja decorrente das mudanças climáticas e do desmatamento das regiões de origem. “Assim, as aves têm que buscar outro habitat que se adeque às suas necessidades”, coloca.

 

A pesquisa

O pesquisador explica que a Caatinga foi o objeto do estudo, pois a espécie é pouco conhecida na região. “Foi encontrada no Rio Grande do Norte uma população que, embora reduzida, está se reproduzindo, o que vale a pena ser estudado”, comenta. Para Mauro Pichorim, uma das grandes ameaças à maracanã-verdadeira nesta região é a caça e captura de filhotes para venda ilegal. “Esta é uma prática que aproxima a espécie cada vez mais de estar ameaçada de extinção”, ressalta.

Com a pesquisa, foi possível obter dados concretos da espécie. Para isso, foram utilizados registros fotográficos, entrevistas com a população local, observação de campo e análise do canto da espécie (os pesquisadores tocavam o canto da espécie de forma artificial para estimular uma resposta e com isto comprovar o registro da espécie em campo).

A reprodução da maracanã-verdadeira, por exemplo, foi comprovada por meio de registros fotográficos. “Na região da pesquisa, a Serra de Santana, foi encontrada uma área de reprodução de extrema importância. A espécie utiliza o mesmo lugar de reprodução durante muito tempo, por isso a importância da preservação deste ambiente”, explica Pichorim.

Além disso, de acordo com o pesquisador, foi percebido que antigamente a população era bem maior. “Há 20-25 anos tinham bandos de aproximadamente 20 indivíduos. Hoje os bandos são de três ou quatro indivíduos. Se continuar desse jeito, teremos uma extinção local também na Caatinga”, alerta.

A pesquisa sobre a maracanã-verdadeira teve início em 2009, sendo que o trabalho de campo foi realizado entre 2010 e 2011. Em 2012, foi elaborado o relatório técnico sobre a situação da espécie na Caatinga, bem como foi descrito um plano de conservação da espécie.

 

Plano de conservação

Segundo Mauro Pichorim, além da pesquisa, a equipe propôs ao governo local uma atenção especial com a espécie e montou um plano de conservação da maracanã-verdadeira. “Para que a espécie seja realmente preservada, é preciso que todos se unam com este objetivo, por isso, propomos no plano medidas como a fiscalização do comércio ilegal, controle de desmatamento e caça e criação de áreas de conservação. Porém, isso só será possível por meio da sensibilização dos órgãos públicos, bem como da população local”.

Ao colocar este projeto em prática, além de obter informações periódicas sobre a espécie monitorando o seu status, também é possível aproximar a sociedade da natureza, modificando o seu relacionamento com ela. “Este é um trabalho junto com a população para que ela própria, ao ver alguém realizando a captura ou degradação da espécie, faça a sua parte e acione também as autoridades”, conclui Mauro Pichorim.

Fundação Grupo Boticário/EcoAgência

  
  
  Comentários
  
Mauro Pichorim - 11/05/12 - 15:18
A foto que vocês colocaram não é de Primolius maracana, ela é de Diopsittaca nobilis.
Hélio Freitas Santos - 29/05/12 - 16:16
A foto apresentada no artigo não é de Primolius maracana
  
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