O Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) do Banhado Grande, que é como uma constituição da Unidade de Conservação, teve sua última discussão hoje (14 de junho) durante reunião online entre os membros do Conselho da APA do Banhado Grande. O resultado é uma garantia de proteção à verdadeira caixa d'água da região do Gravataí. O momento histórico coincide com o aniversário de 42 anos da Associação de Preservação da Natureza - Vale do Gravataí (APN-VG).
A importância do plano de manejo envolve diretamente qualquer política de abastecimento que tenha a Bacia do Gravataí como fonte. A APA do Banhado Grande tem 136,9 mil hectares e ocupa 66% do território da bacia entre Gravataí, Viamão, Glorinha e Santo Antônio da Patrulha. Fazem parte desta Unidade de Conservação, os conjuntos remanescentes de banhados Grande, Chico Lomã e dos Pachecos (onde fica o refúgio de vida silvestre), a Coxilha das Lombas e as nascentes do Rio Gravataí.
Este plano de manejo, que demorou 23 anos para ser concretizado, é o instrumento que determina os limites de zoneamento, os usos, os focos de preservação e ameaças àquela que é a maior Unidade de Conservação do Rio Grande do Sul. Depois de concluídos três anos de estudos e levantamentos in loco na região, a presidente do Conselho, Letícia Rolim Vianna, convocou os membros, entre os quais o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Gravatahy, para a votação (hoje) de 29 itens ainda pendentes para a finalização do zoneamento e dos usos do solo dentro da APA. É que a APA do Banhado Grande foi oficialmente criada em 1998, com a previsão legal de que ela deveria ter um plano de manejo para regrar a forma de gestão desta Unidade de Conservação. Só em 2014 os primeiros estudos foram contratados, e não avançaram. Finalmente, em 2018 o processo evoluiu. Em janeiro deste ano, a câmara técnica ajustou o plano.
Neste documento, são listados como valores fundamentais para a sobrevivência da APA a garantia dos sistemas de banhados-rio, a regulação da quantidade e qualidade da água no Rio Gravataí e a proteção de espécies como o cervo-do-pantanal e o tuco-tuco.