"O desafio da cobertura jornalística diante do uso de agrotóxicos e da mudança climática", realizado pelo Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ-RS), com o apoio da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) iniciou no último sábado (08/10). Os jornalistas, educadores ambientais, pós-graduandos, e estudantes universitários inscritos se reuniram no auditório 2 da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Fabico/UFRGS), em Porto Alegre. A instituição é parceira do NEJ-RS e da FLD na realização da atividade, que é oferecida gratuitamente aos participantes.
O segundo módulo será sábado 15 de outubro e, o terceiro e último desta edição, será sábado 22 de outubro. Segundo a coordenadora do evento, a jornalista e mestra em Comunicação e Informação Débora Gallas, o objetivo dos próximos encontros é ampliar o debate sobre as relações entre uso de agrotóxicos no Rio Grande do Sul e a mudança climática.
Saber ambiental
No primeiro módulo, a professora da Fabico, diretora de Comunicação do NEJ-RS e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental UFRGS/CNPq, Ilza Girardi, apresentou o contexto do desafio do jornalismo. "Esta visão que sobrepõe o aspecto econômico sobre os demais, principalmente sobre o ambiental, é cega diante dos problemas socioambientais e das possíveis escolhas de verdade sustentáveis que temos pela frente," disse Ilza.
O coordenador do Núcleo, Juarez Tosi, relembrou com os participantes o início da prática do Jornalismo Ambiental. "Eu e mais dois jornalistas de veículos de Porto Alegre participamos em 1989 de um evento promovido pela Federação Nacional dos Jornalistas. Foi preparatório para a realização da Conferência Rio 92 e percebemos que teríamos muita coisa para aprender e poder cobrir as pautas ambientais que surgiam," disse. E assim, no documento final consta o compromisso assumido por aqueles jornalistas de criarem grupos de jornalistas ambientais no seus Estados. O NEJ-RS é o único que se manteve atuante desde 1990. Além da questão dos agrotóxicos e da poluição industrial, o tema marcante pré e pós-Eco 92 foi o buraco da camada de ozônio.
Segundo a professora Ilza, o saber ambiental incorpora todos os outros, envolve a cultura e a sociedade. Neste sentido, criticou a economia que visa somente o lucro imediato e a financeirização da natureza. "Ecologia e economia deveriam trabalhar juntas, porque a primeira significa o estudo sobre a casa e a segunda a administração da mesma. Mas como administrar bem e com sustentabilidade se não conhecemos a nossa casa?," argumentou. O referido conhecimento é buscado na prática do Jornalismo Ambiental em diálogos com as outras áreas do saber, como a biologia, a geologia, a geografia, a sociologia, todas de que o profissional do jornalismo puder se aproximar para compreender as interrelações e interdependências entre natureza e sociedade.
Certificado
Os participantes também poderão refletir sobre as alternativas necessárias frente aos problemas ambientais atuais através de uma visita a áreas de produção agroecológica. Ao final do evento, todos receberão certificado de participação.
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