A Organização Mundial de Meteorologia, OMM, alertou que a concentração dos gases que causam o efeito estufa na atmosfera bateu recorde no ano passado. A conclusão consta do boletim anual da agência da ONU sobre esse tipo de gases, que foi divulgado esta quarta-feira. A agência diz que se a tendência atual continuar, a temperatura média global pode subir 4,6º C até o fim do século.
O presidente da OMM, Michel Jarraud, afirmou que como resultado desse aumento, o clima global está mudando, as temperaturas são extremas, as camadas de gelo estão derretendo e o nível dos mares subindo. Jarraud avisa que o dióxido de carbono, um dos principais gases que causam o efeito estufa, é muito estável e permanece na atmosfera por centenas ou milhares de anos.
Roberto Schaeffer, professor do Programa de Planejamento Energético da UFRJ falou à Rádio ONU, do Rio de Janeiro, sobre a emissão.
"A gente hoje está fugindo do que seria o ideal em termos de emissão, ou seja, as emissões são muito mais altas do que deveriam ser, se de fato a gente quiser ficar dentro deste teto de emissões desejáveis para o ano 2020 ou depois."
Segundo o boletim da OMM, entre 1990 e 2012 houve um aumento de 32% na radiação forçada, gerada pelos efeitos do aquecimento do clima. O dióxido de carbono, CO2, é responsável por 80% dessa alta, junto com outros gases como o metano e o óxido nitroso. O dióxido de carbono é expelido na atmosfera, em boa parte, pelas emissões relacionadas a combustíveis fósseis, como os derivados do petróleo, mas também pelo desmatamento. O gás metano chega à atmosfera por fontes naturais como os pântanos e o óxido nitroso é uma mistura dos dois.
Desde o início da era industrial em 1750 até agora, a concentração média de CO2 na atmosfera aumentou 41%, o óxido nitroso teve uma alta de 20% e o metano subiu 160%.