Um novo relatório sobre a população de elefantes na África alerta para os perigos de redução da espécie devido ao comércio ilegal de marfim. No estudo, especialistas informaram que a caça ilegal de elefantes duplicou e o mercado com marfim triplicou na última década. O documento, produzido por várias agências incluindo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, foi divulgado, nesta quarta, em Bangcoc, na Tailândia.
O problema está colocando populações de elefantes no continente "sob grave ameaça." Além do Pnuma, participou da produção do relatório "Elefantes na Poeira – A Crise Africana dos Elefantes", a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens em Perigo de Extinção, Cites.
A caça ilegal está levando ainda à perda de habitats e à sobrevivência de elefantes no centro da África. Populações dos mamíferos, que pareciam seguras no oeste, sul e leste do continente também estão com sinais de ameaça. De acordo com os especialistas a principal causa do sumiço dos elefantes é o comércio de marfim para a Ásia, especialmente a China. Apreensões de larga escala sugerem que redes de criminosos estão realizando o tráfico do marfim entre os dois continentes. Somente em 2011, 40% da população de elefantes africanos teriam sido mortos ilegalmente. O número equivale a 17 mil animais.
O chefe do Pnuma, Achim Steiner, disse que a Cites tem que se reengajar no combate ao crime à vida selvagem "com cooperação e criatividade, e levando à participação de países de produção, trânsito e consumo de produtos como o marfim." O relatório recomendou ações drásticas, incluindo legislações sobre o comércio de marfim, treinamento de policiais para rastrear o contrabando, além de novas técnicas como análise forense do crime ambiental.
A ONU também quer melhorar a cooperação entre os escritórios da agência, a Cites, o Banco Mundial e a Interpol, entre outros. As apreensões de marfim na casa de mais de 800 kg com destino à Ásia mais que dobraram desde 2009, alcançando o recorde dois anos depois. E as redes criminosas agem com o que o relatório chamou de uma "relativa impunidade", e quase não há indícios de prisões e condenações.