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Pesquisa científica

Sexta-feira, 12 de Abril de 2013

 
     

Biólogos da UFRJ iniciam pesquisa com esponjas calcárias

  

Expectativa é descobrir diversas espécies novas para a ciência.

  


Por Mercia Ribeiro - Influência Comunicação

Pouco conhecidas até por alguns biólogos, e correndo risco de extinção por conta das mudanças climáticas e da poluição marinha resultante da ocupação desordenada da região costeira, as esponjas da classe Calcarea estão sendo catalogadas em estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Biologia de Porifera da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LaBiPor/IB-UFRJ). Elas recebem este nome porque têm o esqueleto composto por espículas de carbonato de cálcio. “A expectativa é descobrir diversas espécies novas para a ciência”, informa a responsável técnica da pesquisa e bióloga Fernanda Correia Azevedo, com base na triagem que foi realizada dos 200 exemplares coletados em diferentes praias e ilhas do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Santa Catarina.

Com o apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, esse estudo preencherá importantes lacunas no conhecimento da biodiversidade e da distribuição desses animais marinhos nas águas costeiras do país. Será realizada a classificação das espécies com o auxílio de técnicas moleculares e serão elaborados mapas da distribuição atual delas. “A partir de fragmentos do DNA dessas esponjas, será possível identificar as espécies ainda desconhecidas com maior precisão, já que elas têm uma variabilidade morfológica considerável de acordo com as condições ambientais”, destaca a bióloga, que faz pós-doutorado no Departamento de Zoologia, do IB-UFRJ.

Outro desafio da pesquisa será a produção dos mapas que irão ampliar o conhecimento das áreas de endemismo marinhas. “A partir dos resultados, será possível auxiliar o desenvolvimento de políticas e estratégias para a delimitação de áreas prioritárias para a conservação de ecossistemas marinhos brasileiros e de seus recursos naturais, porque iremos conhecer a composição faunística e a distribuição limite das espécies nativas”, explica Fernanda Azevedo.

Riscos para as esponjas calcárias

Como o esqueleto das esponjas calcárias é formado por carbonato de cálcio, elas sofrem impacto negativo ou até mesmo risco de extinção devido ao aumento da acidificação dos oceanos, em consequência do aumento nas emissões de CO2, previsto pelo NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) para os próximos 100 anos. “As espículas desses organismos poderão ficar fragilizadas, dificultando a sustentação das esponjas”, relata a bióloga Fernanda Azevedo.

A poluição marinha gerada pela ocupação desordenada da região costeira e a chegada de espécies invasoras deixam o cenário futuro ainda mais dramático. Elas são pequenas, desprovidas de cor na maioria das vezes, mas têm uma importância considerável como bioindicadores de poluição e servem de alimento para animais marinhos como lesmas do mar, tartarugas e peixes, por exemplo, e como abrigo para vários outros organismos.

No estudo preliminar “Potencial invasor de espécies exóticas de esponjas marinhas nas ilhas oceânicas brasileiras” - também patrocinado pela Fundação Grupo Boticário e liderado pela coordenadora do Laboratório de Biologia de Porifera da UFRJ, Michelle Klautau - os pesquisadores observaram espécies de origem desconhecida, encontradas principalmente em regiões portuárias na costa brasileira. “Percebemos espécies supostamente introduzidas, cujos aspectos biológicos são diferentes das nativas da costa brasileira”. Ainda não se sabe se essas supostas espécies introduzidas causarão prejuízos para o ambiente, visto que não têm predadores naturais. “No Mar Mediterrâneo, uma das espécies que também ocorre aqui é considerada introduzida e suas populações já afetam o cultivo de ostras”, explica a bióloga Fernanda Azevedo.

Previsão dos resultados

Estão previstos para o final de 2013 os resultados conclusivos dessa pesquisa, que tem como título “Biodiversidade e padrões de endemismo de esponjas calcárias na costa brasileira”. As amostras foram coletadas recentemente e fazem parte da coleção oficial do LaBiPor/IB- UFRJ. O projeto conta com o apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e tem como instituição responsável a Associação Amigos do Museu Nacional (SAMN/UFRJ), uma instituição sem fins lucrativos.

Influência Comunicação/EcoAgência

  
  
  
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