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Quarta-feira, 29 de Abril de 2009
  
14 º Día internacional da consciência sobre o ruído

O ruido está em todas as partes, afetando a saúde, a tranquilidade, o descanso, a comunicação, a qualidade de vida, a economia, a convivência e os direitos humanos.

  
Por Doraldina Zeledón Úbeda
  

“Não existe um lugar tranquilo nas cidades do homem branco, nem há lugar onde escutar como se abrem as folhas das árvores na primavera ou como os insetos batem as asas. O ruído parece ofender nossos ouvidos. E depois de tudo, para que serve a vida, se o homem não pode escutar o grito solitário do bacurau http://pt.fantasia.wikia.com/wiki/Bacurau, nem as discussões noturnas das rãs à beira de uma lagoa? Sou um pele-vermelha e nada entendo. Nós preferimos o suave sussurro do vento sobre a superfície de um lago”.

Chefe índio Noah Seathl (1854).



Neste 29 de abril ocorre o 14º. Dia Internacional de Conscientização sobre o Ruído,  estabelecido desde 1976 pela Liga para o Deficiente Auditivo, com sede em Nova York. Não há data específica, celebra-se na última quarta-feira de abril.

O ruido está em todas as partes, afetando a saúde, a tranquilidade, o descanso, a comunicação, a qualidade de vida, a economia, a convivência e os direitos humanos. Lembremos que não apenas os ruidos estridentes são prejudiciais, um nível sonoro de 35 decibéis já pode nos afetar, ao impedir o sono, ou atrapalhar a leitura em uma biblioteca. Um ruido de fundo de 45 decibéis é muito alto em uma sala de aula ou em um hospital. Apesar disto e de que existe bastante informação, o assunto segue sendo ignorado. Uma das razões é porque as ondas sonoras que nos agridem não se veem, como o lixo ou as nuvens de fumaça. E geralmente seus efeitos não são imediatos. Também porque, erroneamente, considera-se isto produto do desenvolvimento. E como poucas pessoas o denunciam formalmente, as autoridades não se preocupam muito. Mas acontece como com a água, que contaminamos na nossa casa, no lazer, no trabalho, no comércio, nos serviços públicos.
 
O que podemos fazer hoje e em todos os dias? Em nossa casa: baixar o volume das televisões e equipamentos de som, não bater porta e nem arrastar móveis, não gritar. Não comprar jogos barulhentos, que além de  prejudicar a saúde das crianças, induzem-nos na cultura do barulho. Evitar, durante a noite ou na madrugada, atividades que geram ruidos, como fazer consertos, usar o liquificador, o secador de cabelo. Enfim, respeitar o espaço de cada um e os direitos dos vizinhos à saúde, à tranquilidade e a desfrutar de seu lar.

No trabalho, o importante seria a capacitação sobre o tema do ruido e as leis trabalhistas que tratam disto. Diminuir o ruido e isolar os equipamentos. Usar protetores auditivos, quando não se possa reduzi-lo por outro meio. Deveria ser obrigatório não apenas facilitar equipamentos de proteção, também que o trabalhador os use. Assim se poderia evitar a perda de audição e as doenças auditivas (tinnitus ou zumbidos nos ouvidos).

No transporte. Quando fazemos uso dele, devemos pedir aos motoristas que não usem a buzina, e não só os ônibus, também os táxis vão buzinando por todos os lados. Que baixem o volume de sua música. Se não o fazem, baixe-o. Os veículos privados também contribuem, pois buzinar é comum. Os transportadores e condutores devem se acostumar a reduzir a velocidade, cuidar a carroceria. Se levam carga, amarrá-la, para que não façam barulho (varetas de ferro, caixas, madeira). Apagar o motor quando estacionem. As cooperativas de transporte deveriam capacitar sobre a prevenção, controle e efeitos do ruido. Seria saudável que se começasse a aplicar as leis sobre os transportadores. Não entendo porque a  polícia não atua.

Desde a escola se deve tomar consciência do problema. Informar a meninos e meninas sobre as atividades que geram ruido, seus efeitos, como evitá-lo ou diminui-lo. Induzi-los a escutar os sons do entorno e diferenciar os bons dos maus para a saúde. Baixar a intensidade do som e horas de práticas de bandas musicais. O tema do ruido se pode abordar nas aulas de língua (jornais, murais, debates, investigação, redação, escuta), literatura, física, educação cívica, educação musical, ciências naturais, direitos humanos, educação para a saúde e para o consumidor, cultura de paz, meio ambiente.

Nas universidades, a contaminação acústica, sua prevenção e controle deveria ser tema de estudos em direito, saúde, arquitetura, engenharias, educação, especialmente em educação ambiental. Que lhe parece uma pós-graduação de qualidade ambiental ou produção mais limpa que inclua o ruido. Também deveria ser matéria na Academia de Polícia,  poderia ser o início de sua higiene sonora para que possam escutar os buzinaços.

Que fazer ante um conflito  por causa de ruido? Primeiro, abandonar o papela de vitima e assumir uma atitude ativa. Deixar de lamentar e de ficar com os braços cruzados. Exigir das empresas, centros de diversão, comércio, que deixem de fazer ruido. Denunciá-los. Pedir aos vizinhos que baixem o volume de seus equipamentos de som. As autoridades,m que cumpram as leis.

O ruido é local, imediato. E a cada dia aumenta, igual à temperatura. É preciso agir agora. Por que esperar que outros denunciem o ruido que afeta a mim?

Doraldina Zeledón Ùbeda é docente, comunicadora e jurista ambiental na Nicarágua. Siite: Ruido, um problema na Nicarágua: nica42.tripod.com   Blog: http://doraldina-contraelruido.blogspot.com/2009/04/14-dia-internacional-de-conciencia.html

Tradução: Ulisses A. Nenê para a EcoAgência.

  
             
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